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IMPACTOS DA PANDEMIA
Observatório compartilha pesquisas da área de Cinema e Audiovisual
Criados por 15 pesquisadores das universidades federais Fluminense (UFF), do Recôncavo Baiano (UFRB) e do Pará (UFPA), o Observatório de Cinema e Audiovisual divulga resultados de pesquisas relacionadas à área, o aplicativo Araci.Lab compartilha materiais educacionais produzidos durante o isolamento social provocado pela Covid-19 e a Ilha de Edição Remota é utilizada para atividades de montagem, edição e pós-produção em geral. As três iniciativas integram o projeto intitulado “Legado Pandêmico: plataformas audiovisuais viabilizam projetos remotos”, que foi um dos 40 selecionados pelo Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação – Impactos da Pandemia, lançado pela CAPES em 2021. A iniciativa investirá até, 2026, cerca de R$ 25 milhões na concessão de 353 bolsas mestrado, doutorado e pós-doutorado e em recursos de custeio para estudos relacionados aos aspectos sociais, econômicos, culturais e históricos decorrentes da pandemia. O trabalho, coordenado pela professora India Mara Martins e Elianne Ivo Barroso, tem a inclusão, a inovação e o acesso ao conhecimento como aspectos mais relevantes, com potencial para contribuir com a melhoria do ensino profissional e superior.
Qual foi o objetivo do projeto?
O nosso trabalho desenvolve e replica algumas experiências com tecnologia digital realizadas no programa de pós-graduação em Cinema e Audiovisual, em parceria com o Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense, durante o período da pandemia de Covid-19 (2021-2022), quando foi necessário atuar de forma remota tanto na pós-graduação quanto na graduação. O projeto consiste na criação e desenvolvimento de três iniciativas: o Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA-UFF), para divulgação das pesquisas realizadas no programa; o aplicativo Araci.Lab, que compartilha materiais educacionais produzidos durante a pandemia, como lives, aulas on-line, entrevistas com profissionais; e a Ilha de Edição Remota, uma proposta para tornar o trabalho de montagem, edição e pós-produção mais inclusivo.
O que você destacaria de mais relevante na pesquisa?
Acho que a questão mais relevante, e que está no centro de cada produto resultante da pesquisa, é a proposta de inclusão e acesso. No caso do OCA-UFF, a divulgação das pesquisas é muito relevante, pois somos um programa novo, em que predominam pesquisas que trabalham com propostas audiovisuais não hegemônicas — como cinema negro, cinema indígena, questões de gênero, cinema e educação, cinema suburbanista — em diálogo com os teóricos que debatem o audiovisual na contemporaneidade. O aplicativo Araci-Lab busca tornar acessível, no celular, conteúdos importantes para a formação dos graduandos como lives, podcasts, workshops e entrevistas com profissionais, além de atender os egressos, com a implementação do Banco de Talentos, que colabora para facilitar a relação entre os egressos e o mundo do trabalho. A Ilha de Edição Remota também é uma proposta de inclusão, pois pressupõe, que mesmo com uma máquina obsoleta, o discente pode acessar softwares de última geração e armazenar o seu trabalho em um servidor, pois a sua máquina passa ser apenas uma interface para acessar os conteúdos que estão no servidor da universidade. Quando replicamos essas experiências em outras instituições, temos também a possibilidade de compartilhar conteúdo entre as universidades, promovendo uma rede de conhecimento sobre o audiovisual, estratégias mais sustentáveis (como a reutilização de máquinas consideradas obsoletas para edição) e a divulgação da produção científica e cultural.
De que forma esse trabalho pode contribuir com a sociedade?
Este trabalho contribui com a sociedade em diferentes frentes. Em primeiro lugar, é um projeto que apresenta três produtos inclusivos, os quais buscam facilitar o acesso ao conhecimento. Portanto, possui um impacto educacional ao contribuir para a melhoria do ensino profissional e superior, com o desenvolvimento de uma proposta inovadora no ensino da edição e montagem.
No caso da Ilha Remota de Edição, há também um impacto social relevante, ao atender uma grande parcela de estudantes que não têm acesso às tecnologias de edição e montagem e, ainda, contribui para reduzir o impacto ambiental e econômico nas instituições envolvidas, pois reaproveita computadores obsoletos, que ganham uma sobrevida ao serem conectados com os servidores.
A criação dos aplicativos possibilita o acesso a conteúdos educativos no campo do audiovisual por meio de uma tecnologia simples, que depende apenas de um celular, contribuindo, assim, para a disseminação de técnicas e de conhecimentos da área. O Banco de Talentos, por sua vez, é uma maneira de a universidade auxiliar o estudante na transição para o mundo do trabalho.
No caso do Observatório de Cinema e Audiovisual (OCA-UFF e OCA-UFPA), a contribuição é com a divulgação da ciência, na medida em que torna os conhecimentos específicos do audiovisual acessíveis para a sociedade, ampliando os debates sobre os temas tratados por esses pesquisadores.
Qual a importância do investimento neste tipo de pesquisa?
O investimento da CAPES é fundamental para projetos de pesquisa, que, além da perspectiva teórica, apresentam resultados aplicados às necessidades e demandas da sociedade. Neste caso, estamos trabalhando na perspectiva da tecnologia tradicional, ao envolver o uso de recursos computacionais e atuar no desenvolvimento de novas estratégias técnicas, e ainda desenvolvendo tecnologia social, ao envolver e atender uma parcela da sociedade no projeto e experimentar novos modelos de gestão para o aprimoramento das atividades na universidade pública. Esse modelo de gestão passa pela busca por processos que reduzam a produção de resíduos e promovam práticas mais inclusivas e acessíveis.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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