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EDUCAÇÃO BÁSICA
No Canadá, professoras falam em aperfeiçoar projetos
O grupo de 96 educadores que está no Canadá precisou esperar por três anos para viajar. A pausa forçada pela pandemia, no entanto, fez os profissionais chegarem ao país norte-americano com projetos pedagógicos consolidados, inclusive por meio de outros Programas da CAPES. Nesta reportagem, três professoras relatam suas impressões sobre a primeira parte do curso e contam os planos para aperfeiçoar e expandir iniciativas já testadas em salas de aula. Nas duas primeiras semanas os participantes receberam aulas de inglês. Agora, entra a parte da aprendizagem centrada no aluno.
A oportunidade aberta pela Fundação representa a primeira viagem ao exterior de Marisa da Cruz Nascimento, professora de Ciências da Escola de Ensino Fundamental Ana Ponte Francez, de Tucuruí (PA). Nas duas primeiras semanas fora do Brasil, ela afirma estar vivendo “uma experiência única, um sonho de não só conhecer outro país, mas saber mais sobre o Brasil”. No Canadá, ela pretende expandir um projeto de ensino lúdico de Ciências com jogos de tabuleiro, cartas, perguntas e respostas e bingo adaptados para o ensino da disciplina do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. “Eu desenvolvi esse trabalho com bolsa do Pibid ”, conta. “A educação é transformadora. Eu sou do interior do Pará, me alfabetizei só aos 9 anos, mas consegui me formar e quero passar os conhecimentos para a frente, porque o professor só existe por causa de seus alunos”, completa a educadora, que está entre as 47 pessoas que rumaram para o Fanshawe College, na cidade de London.
O outro grupo, de 49 educadores, foi para o Niagara College, em Welland. Katia Bomfiglio Espíndola, professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Escola Municipal de Ensino Fundamental Martim Aranha, de Porto Alegre (RS), observou a infraestrutura da cidade: “As calçadas são niveladas e largas, as rampas são baixas, toda entrada de prédio tem duas portas para vedar o frio e um botão grande com sensor para abri-las”. Formada pelo Programa de Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede Nacional ( ProfEI ), um dos 12 Programas de Mestrado Profissional para Professores da Educação Básica ( ProEB ), ela conta sobre o seu trabalho: “Desenvolvi um curso on-line de capacitação para professores sobre o desenho universal para aprendizagem, o modelo social da deficiência. Pretendo aperfeiçoar esse curso com o que aprender aqui no Canadá e discutir uma aplicação mais geral com a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre”.
Outra professora que está em Welland é Elyva Cesario Espíndola Regis, também do AEE, da Escola de Ensino Fundamental Sagrado Coração de Jesus, da rede municipal de Maceió (AL). Ela ajudou na evolução da oralidade e escrita de três estudantes com deficiência intelectual e um com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Juntos, eles formaram frases a partir de objetos como óculos, relógio, brinquedos pequenos e material escolar; elas viraram uma história que se tornou um livro. Agora, a palavra é aperfeiçoar: “A formação continuada é indispensável. Não podemos parar de buscar conhecimento, de querer aprender”.
Sobre o Programa
O Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores da Educação Básica no Canadá é fruto de parceria entre a CAPES e o Colleges and Institutes Canada (CICan). São oito semanas no país norte-americano, com aulas de inglês básico e módulos temáticos que abordam a aprendizagem centrada no aluno e na gestão da sala.
Cada participante deve preparar um projeto de intervenção pedagógica a partir da sua própria experiência profissional, a ser desenvolvido na escola. O objetivo do programa é compartilhar conhecimentos em um país com sistema educacional de referência para aprimorar a rede pública de ensino do Brasil.
Legendas de Imagens:
Imagem 1: Em sua primeira viagem ao exterior, Marisa da Cruz Nascimento tem tido aulas no Fanshawe College, em London, onde diz aprender muito sobre o Brasil pelo convívio com outros professores. (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2: Katia Bomfiglio Espíndola visitou a Quaker Road Public School, escola pública em Welland. (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3: Elyva Cesario Espíndola Regis nos arredores do Niagara College, em Welland, onde tem tido as aulas. (Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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