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GESTÃO DA EDUCAÇÃO
Na FGV, CAPES defende que pós-graduação tenha ‘a cara do Brasil’
O aumento da diversidade na pós-graduação stricto sensu é uma das metas da atual gestão da CAPES. A partir de políticas de ações afirmativas, a Fundação planeja o investimento para o acesso e permanência de grupos com menor representatividade nos cursos de mestrado e doutorado. Mercedes Bustamante, presidente da Agência, defendeu esse aspecto na terça-feira, 12 de setembro, durante a abertura do VII Simpósio de Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
A mesa-redonda de abertura, da qual a CAPES participou, foi intitulada O Impacto da Ciência na Sociedade e no Avanço do Conhecimento. A partir de exemplos como a retomada do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, por meio do qual a Fundação destinará R$600 milhões para apoiar a formação e a promoção de pesquisas destes grupos, a gestora disse ter “atuado para deixar a pós-graduação com a cara do Brasil”. “Precisamos facilitar a entrada de grupos subrepresentados, vulneráveis, no Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG)”, afirmou.
Bustamante explicou que esse é um dos pontos trabalhados pela CAPES para assegurar uma educação mais equânime no País em um momento no qual duas políticas públicas de médio a longo prazo da área estão em construção: os Planos Nacionais de Educação (PNE) e de Pós-Graduação (PNPG). “Estamos no momento da maior concessão de bolsas da história da CAPES, com mais de 100 mil no ano, mas precisamos pensar que a quantidade de mestres e doutores que formamos ainda está abaixo da dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e que temos várias desigualdades no acesso e na permanência no SNPG”, ressaltou.
Outro a citar a formação de mestres e doutores foi Ricardo Galvão, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O gestor levantou a questão: estão corretas as estratégias do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação? O Brasil tem formado gente demais? Tanto Galvão quanto Bustamante concordaram que para a academia sim, mas não no total. “Temos um doutor por 900 mil habitantes, enquanto Portugal tem quatro vezes mais”, comparou Galvão.
O importante, observaram os presidentes da CAPES e do CNPq, é variar, colocar essa mão-de-obra qualificada em outras partes do País e promover um crescimento do SNPG de acordo com as demandas nacionais. Bustamante acrescentou que a CAPES tem promovido oficinas estaduais para ouvir as necessidades de cada local. Essas questões devem orientar a descentralização da ciência e da pós-graduação, algo que tem crescido no Brasil, mas ainda está distante do ideal.
Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), sintetizou a situação com um dado: “São Paulo e Rio de Janeiro colaboram com 40% da produção científica do Brasil e o resto do País, com 60%”. O gestor destacou também o papel complementar da CAPES, do CNPq e das FAP no fomento à ciência, tecnologia e inovação.
Sobre o Simpósio
O VII Simpósio de Pesquisa da FGV reunirá durante três dias, de 12 a 14 de setembro, especialistas de diversas áreas e países para debater os principais desafios enfrentados pela população brasileira e como a ciência e a pesquisa podem ajudar a solucioná-los. Os temas incluem pesquisa, inovação e setor produtivo, impacto das mudanças climáticas, poluição e desastres ambientais sobre a saúde da população e a reforma tributária e o marco fiscal, entre outros.
Legenda das imagens:
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magem dentro da matéria
: Montagem de uma fotografia do Simpósio e uma imagem ilustrativa
(Foto: Divulgação)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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