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Avanço da pós-graduação depende do equilíbrio regional
Um dos maiores desafios da educação superior brasileira é mudar o mapa da pós-graduação, superando as assimetrias regionais. Essa é uma das diretrizes para o avanço do setor apontadas pelo diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Lívio Amaral, na abertura do seminário Preparando a Avaliação na manhã desta quarta-feira, 25, em Brasília.
O diretor da Capes se refere à desigualdade de distribuição de cursos de mestrado e doutorado nas regiões do Brasil. Enquanto um estado como São Paulo, por exemplo, possui 650 programas de pós-graduação, diversos estados das regiões Norte e Nordeste não chegam a ter dez cursos. De acordo com Amaral, isso influi diretamente na produção técnico-científica brasileira. “Mais cursos de pós significa mais produção de conhecimento e de ciência e tecnologia”, afirmou.
Em uma exposição sobre o Sistema Nacional de Pós-Graduação, Amaral mostrou como o sistema público ainda é o principal responsável pela pós-graduação no país, com as instituições federais e estaduais sendo responsáveis por mais de 80% dos cursos de mestrado e doutorado.
Alianças
Na ocasião, o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, definiu o processo de avaliação de maneira simples. “A avaliação tem apenas um critério, desempenho máximo. Curso bom tem auto-cobrança. Deve formar bem os estudantes, não adianta apenas um excelente grupo de pesquisa”, explicou. Para o presidente, o encontro será importante para extrair dados e informações para o futuro Plano Nacional de Pós-Graduação.
A importância de aliar a avaliação de cursos com um massivo apoio, fomento e indução da pós-graduação e da produção científica também foi tema da fala do presidente da Capes. “Estamos convencidos de que a avaliação só tem valor e respeitabilidade se estiver aliado ao fomento”, destacou Guimarães em referência as mais de 40 mil bolsas oferecidas pela Capes em 2008.
O presidente afirmou, ainda, a importância que a interlocução da Capes com a Academia possui no processo de avaliar cursos. “A avaliação é hoje uma atividade reconhecida mundialmente, mas é claro que sem os programas de pós-graduação nada disso seria possível. O mérito é da comunidade acadêmica”, afirmou.
Seminário
O Seminário Preparando a Avaliação é composto por apresentações realizadas pelos coordenadores de áreas, começando com as Ciências Exatas na quarta-feira indo até área de Lingüística, Letras e Artes na sexta-feira. Entre os assuntos abordados em cada uma das apresentações, uma síntese atual da área, com número de programas e expectativa de crescimento para os próximos anos, será apresentada.
Também serão abordadas uma síntese dos critérios usados na estratificação dos periódicos, nas sistemáticas de avaliação, na atribuição de notas 6 e 7 e exemplificação de referencias internacionais. O evento conta com a presença dos coordenadores e coordenadores-adjuntos de todas as 46 áreas do conhecimento.
Para o diretor de Avaliação, o seminário é uma oportunidade para debater e atualizar vários aspectos da avaliação trienal no próximo ano. “A avaliação só continuará sendo esse patrimônio que construimos coletivamente se tivermos a capacidade de realizarmos com transparência”, concluiu.
Avaliação Trienal
A cada três anos, a Capes avalia todos os cursos de pós-graduação stricto sensu do país. Em 2010, acontece a nova Avaliação Trienal. Serão mais de 4 mil cursos de mestrado e doutorado analisados em termos de proposta, corpo docente e discente, inserção social, teses, dissertações e produção intelectual.
Conheça mais sobre a Avaliação Trienal e saiba mais sobre os números da pós acessando o GeoCapes .