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PROGRAMA ENTRE MARES
Microrganismos ajudam a eliminar petróleo do oceano
Projeto multidisciplinar d as áreas de O ceanografia, B iologia e M icrobiologia das Universidade s F ederais do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasília (UnB), Alagoas ( U fal ) e d a Estadual de Santa Cruz (UESC) , na Bahia , investigam a ação de microrganismo na biodegradação do petróleo no oceano. A pesquisa faz parte das 12 propostas do P rograma Entre Mares , iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ( CAPES ). A nualmente , 600 mil toneladas deste material bruto são lançadas no mar por problemas nos navios-petroleiros, vazamen tos nas plataformas e rom pimentos de dutos .
O projeto é coordenado por Fabiano Thompson , professor de Biologia do Programa de Engenharia de Produção do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia ( UFRJ ) . Segundo o biólogo, o estudo permite entender melho r o processo de biodegradação do petróleo no oceano e a toxicidade do produto no mar. “Pesquisadores de várias universidades estão empenhados para buscar soluções para o problema do óleo no nosso litoral ” , esclarece .
A pesquisa em andamento terá duração de dois anos . O grupo trabalha com a avalia ção d os impactos ambientais e socioeconômicos, remediação biológica – técnica que usa agentes biológicos degradadores para despoluir as áreas contaminadas – , dispersão do óleo, processamento de resíduos e tecnologia aplicada à contenção do petróleo. Os resultados são promissores. A pesquisa sugere que microrganismos marinhos , que se alimentam do petróleo, produzem uma espécie de detergente natural , chamado biossurfactante , que ajuda a dissolver o ó leo na água .
Apesar da escassez de informações sobre o s efeito s do petróleo no fundo do mar, a equipe tem conseguido resultados significativos . Em uma das áreas de testagem , a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro , região de a tividades industriais de óleo , o grupo encontrou bactérias que podem ser usadas como sensores de contaminação , os chamados biossensores . “Eles são empregados para monitorar a presença e a abundância de óleo no sedimento e na água do mar. São ferramentas muito úteis no monitoramento, prevenção e controle de derrames porque fornecem conhecimento do DNA ambiental em condições de um incidente” explica Fabiano.
O pesquisador aponta ainda que a biotecnologia marinha é relevante para prevenir e monitorar ambientes não impactados por acidentes com petróleo. “Uma das principais ações nesses casos é evitar que o óleo toque na costa, pois esse é o pi or cenário durante um acidente”, avalia. O estudo gerou a publicação do Livro de Biotecnologia Marinha . A obra, organizada pelo pesquisador e por Cristian e Thompson, reúne mais de 100 autores de 30 instituições de ensino com artigos sobre o tema . “O livro vai orientar novos pesquisadores e apontar as últimas descobertas na área marí tima brasileira, além de ser o primeiro livro de biotecnologia do nosso país para graduação e pós-graduação” , comemora .
Thompson sugere a ampliação da iniciativa, não apenas pela importância do tema, mas pela vasta biodiversidade do território brasileiro. “O P rograma deveria alcançar áreas como a M argem E quatorial, especialmente a região da foz do Rio Amazonas . A formação de pessoal qualificado e m C iência M arinha é necessári a e bem-vind a , diante do tamanho da nossa Amazônia Azul”, destaca o coordenador.
Programa Entre Mares
Há quase um ano, as praias do Nordeste receberam manchas de óleo que deixaram um rastro de poluição. O Programa Entre Mares é uma iniciativa da CAPES diante do desastre ambiental gerado no litoral brasileiro. O Edital de R$ 1.360.000,00 (um milhão, trezentos e sessenta mil reais) selecionou 12 projetos de pós-graduação que apresent a m soluções de combate e an á lis e d o impacto do derramamento de óleo.
Legenda das imagens:
Imagem 1:
O projeto é coordenado por Fabiano Thompson, professor de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2: P
rocesso de biodegradação do petróleo no oceano e a toxicidade do produto no mar
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3:
Mar poluído com petróleo
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 4:
Amostras do mar poluído (Foto: Arquivo pessoal)
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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