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PRÊMIO CAPES DE TESE
Método explora ambientes confinados com uso de robôs
A pesquisa sobre exploração de ambientes confinados com uso de robôs móveis terrestres deu ao cientista Hector Ignacio Azpúrua o Prêmio CAPES de Tese de 2023 na área de Ciência da Computação. “O objetivo do trabalho é identificar uma forma de remover com segurança pessoas em situações de alta periculosidade”, argumenta.
Hector propôs um método computacional eficiente de planejamento de caminhos em terrenos tridimensionais acidentados e técnicas de exploração que utilizam áreas navegáveis do mapa. Também utiliza informações volumétricas e a topografia do terreno. “Usamos ainda uma técnica on-line capaz de desviar dos obstáculos em ambientes dinâmicos”, conta o autor da tese Terrain-Aware Autonomous Exploration of Unstructured Confined Spaces.
Ele explica que os ambientes confinados são regiões geralmente fechadas, impróprias para a frequência de seres humanos, com altas temperaturas, pouco oxigênio, gases tóxicos, além de riscos de desabamento e inundação. “Com possibilidade de mudanças drásticas na topografia e obstáculos, baixa iluminação e falta de infraestrutura de rede, esses ambientes são desafiadores até para os para robôs”, afirma o pesquisador.
Os algoritmos do estudo foram validados em ambientes representativos simulados e reais, comprovando a viabilidade das metodologias propostas. “O problema abordado é muito comum em vários cenários como busca e resgate, inspeções industriais e monitoramento de áreas”, destaca. Para Hector, a maior contribuição da pesquisa é diminuir a exposição das pessoas ao risco, além de mostrar que trabalhos acadêmicos podem solucionar problemas com parcerias produtivas.
Receber o Prêmio CAPES de Tese é, para ele, uma grande honra. “Essa conquista tem um valor especial para mim, e certifica a qualidade do trabalho de investigação realizado na universidade. Espero continuar aprendendo e crescendo como pesquisador, sempre buscando maneiras de beneficiar não só a melhoria da parte técnica e científica, mas também a sociedade”, reforça.
Sobre o autor
Héctor nasceu na Venezuela. Ingressou aos 16 anos no curso de Ciências da Computação da Universidad Nueva Esparta, em Caracas. Na graduação, desenvolveu um sistema de monitoramento de redes de longa distância, de interconexão de computadores e de satélites. Em 2011, mudou-se para o Brasil, onde trabalhou em empresas de desenvolvimento de e-commerce e e-learning. Em 2013, iniciou o mestrado em Robótica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde foi bolsista da CAPES. “Foi fundamental para minha formação. Sem o apoio da bolsa não poderia ter me formado num programa de pós-graduação stricto-sensu de alto nível”.
Em 2017, ingressou no doutorado também na UFMG e se titulou em 2022. “Observando a perigosa realidade de muitas pessoas que trabalham no setor mineral industrial brasileiro, foi encontrada uma clara aplicação para o uso de robôs no auxílio destes trabalhadores”, conta ele sobre a inspiração para a tese. Héctor é coautor da patente de uma plataforma robótica terrestre para exploração de ambientes confinados. Em 2021, tornou-se o primeiro estudante associado à uma universidade latino-americana a participar de um wokshop mundial sobre sistemas e ciência robóticas. Atualmente, trabalha na Meta (antigo Facebook), em Londres, na Inglaterra.
Prêmio CAPES de Tese
Considerado o Oscar da ciência brasileira, o Prêmio CAPES de Tese recebeu este ano a inscrição de 1.469 trabalhos, o maior número em 18 edições já realizadas. São reconhecidos os melhores trabalhos de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre os 49 premiados, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese, um de Humanidades, outro de Ciências da Vida e um de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A solenidade de entrega ocorre em dezembro.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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