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Mestrado de Educação une ciências e saberes da região
Num estado com ampla dimensão geográfica e diferentes realidades sociais e culturais, formar profissionais que pesquisem e ofereçam soluções para melhorar a processo de ensino e aprendizagem é um desafio diário do Mestrado de Educação em Ciências da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas. O trabalho busca unir as descobertas científicas aos saberes dos povos que vivem na região.
“Quando falamos em Amazônia, estamos nos referindo, por exemplo, às populações indígenas, às comunidades ribeirinhas, às pessoas que constroem barcos e aqueles que utilizam as ervas medicinais. É importante estudar relação entre os conhecimentos científicos e os saberes desses povos”, alega Mauro Gomes da Costa, coordenador do mestrado. No programa estão matriculados, principalmente, professores de química, física, biologia, matemática que atuam em cursos de pedagogia.
O impacto social para a região é outro ganho do programa, que tem 39 alunos e é nota 5 na Avaliação da CAPES, contribuindo para a redução das assimetrias regionais. “Recebemos mestrandos de vários municípios do Estado, que retornam para suas cidades e contribuem para melhorar o ensino na localidade”, explica. Além da formação, o mestrado – articulado com a rede de ensino – cria materiais didáticos que auxiliam no aprendizado.
Um exemplo é o glossário científico para surdos. Um dos mestrandos, o professor de Letras em Libras, Jackson Vale, que é surdo, elabora um currículo visual para quem “fala com as mãos e ouve com os olhos”, com uso de imagens e textos que ajudam na compreensão. “O que verificamos é que os alunos surdos não possuem material didático específico adaptado. Isso é um prejuízo quanto ao conhecimento”, adverte.
Bolsa da CAPES ajuda a ir até os locais de pesquisa
Dos mestrandos, oito são bolsistas da CAPES. Uma das pesquisas é realizada pela matemática Brenda Delgado, que estuda a formação de conceito científico em geometria no processo de ensino. “Busco entender se as metodologias utilizadas estão ajudando no amadurecimento desses conceitos para futuramente ver a suas aplicabilidades em sala de aula”, explica. Para ela, a bolsa contribui para dedicação à pesquisa. “É necessário ter disponibilidade de tempo para viagens até os locais de pesquisa. Por isso, esse recurso é primordial”.
A bolsa da CAPES também beneficia estudantes de outros países, como Francisco Sumbane, de Moçambique, que analisa a interpretação dos erros pelos professores de matemática, e Carolina Alvarez, da Colômbia, que pretende estabelecer um diálogo da disseminação de informações científicas com a divulgação dos saberes indígenas da etnia Tukano. Sobre a Bolsa, para eles, é um recurso fundamental para se manterem no País, pois além da logística de moradia, alimentação e transporte, contribui para participar de eventos e viagens para locais de pesquisa.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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