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ENPROP
Mais de 40% dos pós-graduandos não têm etnia informada nas bases de dados
A CAPES não dispõe de dados sobre a etnia de 178.765 entre 428.728 pós-graduandos, ou seja, 42% do total. A informação fez parte da palestra “A pós-graduação brasileira no enfrentamento das assimetrias, iniquidades e complementaridades”, apresentada no 40º Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Enprop). O encontro ocorreu no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG).
A presidente da Fundação, Denise Pires de Carvalho, foi a responsável pela apresentação. “É através da pesquisa e da pós-graduação que o Brasil vai se desenvolver. Vamos pensar juntos sobre assimetrias, iniquidades e complementaridades. E é muito difícil pensar políticas públicas sem dados”, disse. O caminho para preencher essa lacuna, frisou, é o Censo da Pós-Graduação, instituído em abril para embasar tomadas de decisões e condução de políticas públicas, em especial as de ações afirmativas, nos cursos de mestrado e doutorado.
Com o Censo, a CAPES poderá complementar dados hoje já consolidados. Um exemplo é o de gênero: as pós-graduandas são maioria (54,8%). Quando se observa a presença das professoras na pós-graduação, porém, constata-se que as mulheres são minoria no corpo docente em sete das nove grandes áreas do conhecimento. Um exemplo dessa discrepância se dá em Agrárias, no qual a presença feminina é de 59% entre pós-graduandos e 37% entre professores.
“Nós sabemos que, ainda que tenhamos mais doutoras do que doutores formados, nós temos mais professores do que professoras atuando como pesquisadores e professores do ensino superior”, apontou o presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Foprop), Charles Morphy. “Então, é importante um evento como esse trazer esse tipo de discussão para a comunidade como um todo pensar em soluções, pensar em alternativas, pensar em formas de combater esse problema, que é um problema estrutural da pesquisa e da pós no Brasil”, continuou.
O Censo da Pós-Graduação trará uma noção maior sobre quem compõe os quadros desta etapa do ensino. E vem para somar à Avaliação Quadrienal, na qual são consolidados os dados sobre os programas de pós-graduação. Desde os anos 1970, os ciclos avaliativos servem como base para o crescimento constante do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).
“Em todo lugar que eu vou a pós-graduação é muito elogiada. Dizem que o Brasil conseguiu o que outros países da América Latina não conseguiram, que é formar um sistema robusto de pós-graduação”, afirmou a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida. “Isso se dá muito por causa das agências de fomento. A CAPES, por exemplo, é um patrimônio”, continuou.
Confira a programação do 40º Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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