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Leopoldo de Meis ministra palestra na Capes
O pesquisador Leopoldo de Meis, médico e especialista em educação em ciências, ministrou palestra na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) sobre o início da ciência moderna, em especial, do Método Científico e a Institucionalização da Ciência, em que traçou a linha do tempo, desde a fundação da Universidade de Cambridge, em 1209, exclusivamente voltada para o ensino de temas religiosos, até os dias atuais. Sua apresentação enfatizou a importância das academias de ciências de todo o mundo na institucionalização das ciências.
Quando tratou da ciência no Brasil, destacou a importância dos institutos de pesquisa, a partir de 1900, com a criação da Fundação do Instituto Oswaldo Cruz e citou os nomes de pesquisadores que foram referência internacional , como Johana Dobereiner, Herta Meyer; Haity Moussatche, Fernando Ubatuba e Herman Lent, dentre outros, que contribuíram para a institucionalização da ciência no país, que ocorreu há pouco mais de um século.
Após, o prof. Meis apresentou a pesquisa, desenvolvida por sua equipe e por ele, sobre a avaliação da hierarquia entre os cientistas e a forma como os cientistas vêem a ciência, desenvolvida com cientistas brasileiros e estrangeiros e com estudantes de medicina e de artes brasileiros e americanos em que foi perguntado sobre "o que é pensar cientificamente". A esse último grupo foi perguntado também "qual a diferença entre um cientista e um artista". As respostas a esses questionamentos serviram para identificar similaridade por parte de ambos os cientistas e estudantes americanos e brasileiros.
O ponto alto da sua apresentação foi a pesquisa realizada com grandes cientistas do mundo sobre o stress presente no dia-a-dia de suas vidas: ora é um artigo que não foi aceito para publicação em uma revista indexada internacional, e que gera conseqüências no financiamento de sua pesquisa, ora a solidão do laboratório, dedicação exclusiva e toda uma vida voltada para a pesquisa. Prof. Meis finalizou essa parte de sua palestra ressaltando que "o cientista é um ser em eterna transição, em eterna busca de legitimação".
Destaque foi dado ao projeto de iniciação à ciência que o Prof. Meis e sua equipe desenvolvem, desde 1985, junto a alunos de escolas públicas, que já capacitou 3.200 alunos e 800 professores. Outro projeto "Ciência com Arte" são DVDs (uma coleção que aborda as grandes áreas do conhecimento), que abrangem vários temas como, por exemplo, contam o início do universo e a utilidade das descobertas da ciência para o dia-a-dia dos cidadãos, fazendo uso de animação.