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Lançado o livro A pós-graduação e a evolução da produção científica brasileira
Na noite desta terça-feira, 23, foi lançado o livro
A pós-graduação e a evolução da produção científica brasileira
, de autoria de Elenara Chaves Edler Almeida e Jorge Almeida Guimarães. O lançamento foi realizado no Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante a programação da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O livro é fruto da tese de doutorado defendida por Elenara Almeida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciência: Química da Vida e Saúde do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A autora explicou o conteúdo da obra, que foi organizado em três capítulos, "1. A comunicação científica e o desenvolvimento da ciência"; "2. Pós-graduação no Brasil: o caso da Capes"; "3. O Portal de Periódicos da Capes". A apresentação do livro foi escrita por Abilio Afonso Baeta Neves, que presidiu a Capes de 1995 a 2003, período da criação do Portal de Periódicos.
Jorge Guimarães, orientador da autora, declarou se sentir honrado em ter participado o trabalho e ressaltou a relevância do tema, por se tratar da questão da produção científica brasileira. O Brasil ocupa hoje a 13ª posição no hanking mundial da produção científica.
Obra
O livro aborda a produção científica nacional no momento em que o país conta com cerca de 28 mil grupos de pesquisa com 129 mil pesquisadores trabalhando em 452 instituições. A produção de ciência passa por um período de crescimento notável de publicações de artigos e projetos de pesquisa, acompanhado pelo aumento da oferta de programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).
A obra conta a história da pós-graduação desde a fundação da Capes, passando pelos indicadores de evolução da participação da comunidade científica brasileira no âmbito nacional e internacional. Além disso, um consistente referencial teórico e dados estatísticos embasam alguns levantamentos feitos sobre a participação de cada área de conhecimento no cenário de pesquisa brasileira e mundial e os benefícios decorrentes da criação do Portal de Periódicos da Capes, importante mecanismo para o apoio bibliográfico dos pesquisadores.
Mesa-redonda
Um debate sobre impacto e avaliação da pesquisa antecedeu o lançamento do livro. Participaram da mesa, a presidente da SBPC, Helena Nader, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, e o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), da Fapesp, Calos Henrique de Brito Cruz.
Para Brito, o desafio de aumentar o impacto da ciência brasileira passa por três aspectos, social, econômico e intelectual. Ele listou algumas ações que podem contribuir para este aumento: proteger o tempo do pesquisador contra tarefas extra-científicas, a exemplo dos Grants Management Offices, nos EUA; desenvolver a cooperação internacional; aumentar a visibilidade e impacto das revistas brasileiras; estimular a qualidade e mérito; valorizar mais as citações de cada artigo em vez do fator de impacto da revista onde é publicado.
Jorge Guimarães lembrou que o Brasil passou seus primeiros 300 anos sem nada acontecer e hoje já alcançou a 6ª posição na economia mundial. "Temos empresas de excelência como Embraer e Embrapa. Temos características muito próprias, mas temos que continuar avançando na ciência. Todos os países que lideram a ciência também lideram o PIB."
Alguns questionamentos da plateia levaram a presidente da SBPC a ressaltar o papel dos institutos federais de educação profissional e tecnológica. "Os institutos devem retornar ao foco inicial que era o de termos técnicos bem formados. No Brasil temos mania de querer que todo mundo seja doutor. Em países como Alemanha, formam-se técnicos de qualidade. Devemos retomar o propósito dessas instituições", reforçou.
Guimarães falou que existem institutos enviando propostas de mestrados para a Capes, mas o foco dos institutos tecnológicos é outro. "Institutos de ensino profissional e tecnológicos não foram criados para serem mini-universidades", concluiu o presidente da Capes.
(Fabiana Santos)