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Internacionalização das IES é tema de conferência na SBPC
Como parte da programação da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Universidade Federal do Acre (UFAC) contou neste sábado, 26, com a presença do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, que ministrou a conferência "Internacionalização das Universidades Brasileiras".
"A excelência na educação superior é um tema crítico. É preciso identificação dos desafios e foco no trabalho para que nossas universidades atinjam um nível de classe mundial", disse Guimarães.
Entre os desafios, o presidente da Capes citou o cenário atual, no qual várias instituições buscam muito mais um reconhecimento comercial do que melhorias qualitativas propriamente ditas. "São anunciados muitos cursos de finais de semana, convenientes ao público. Há uma explosão de ofertas sem garantia de qualidade. O que as universidades precisam não é apenas mais público, mas de melhorias nos recursos humanos, aumento de pesquisas. É preciso usar a via do conhecimento científico para alcançar o desenvolvimento. E este desenvolvimento buscará a redução das desigualdades sociais existentes no Brasil."
Internacionalização
Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas universidades brasileiras diz respeito ao reconhecimento internacional. "Para atingirmos isso, temos que dar mais ênfase à pesquisa e inovação, aproveitar a globalização para ampliar a cooperação internacional e inserir nossos estudantes em locais mais avançados, além de absorver em nossas universidades estudantes e docentes vindos do exterior. Também precisamos aumentar o acesso a conteúdos internacionais", pontuou Guimarães.
Segundo o presidente da Capes, para que as universidades avancem ao patamar de nível mundial, é necessário o aumento de três principais fatores: autonomia, accountability e governança. "Nossas universidades tem autonomia limitada, governança reduzida e não respondem inteiramente pelos seus atos. Essas características são obstáculos para conquista de padrões de excelência."
Pós-Graduação
O presidente da Capes também citou a pós-graduação como ponto de partida para atingir o objetivo da internacionalização das universidades. "Já existem programas com padrão próximo a de instituições internacionais. Se começarmos por estes programas, podemos iniciar um processo setorizado com intuito de que se expanda para o restante da universidade. Porém, precisamos primeiro realizar um trabalho de conscientização inclusive com estes programas, pois alguns não têm uma ideia clara do que é realmente necessário para atingir a internacionalização. Temos muito trabalho a ser feito."
Homenagem
Foi realizada na última sexta-feira, 25, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Rio Branco, Acre, a sessão especial "A Capes como um Projeto de Estado Brasileiro", na qual o ex-presidente da Capes, Abílio Afonso Baeta Neves, e o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e ex-diretor da Capes, Emídio Cantídio, falaram sobre a atuação da agência nos últimos dez anos. Ambos também ressaltaram a dedicação do atual presidente da instituição, Jorge Almeida Guimarães, frente à pós-graduação brasileira.
A sessão contou com a participação da presidente da SBPC, Helena Nader, do ministro da Educação, Henrique Paim, e da presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz. Emocionado, Jorge Guimarães falou que, para atingir seus objetivos, sempre procura "ouvir seus botões", mas também ouve as pessoas e se inspira em exemplos. Guimarães finalizou dizendo que a preocupação principal é com a boa formação do estudante. "Não podemos deixar o estudante mal formado, pois ele é o futuro do país."
RBPG
Na ocasião, também aconteceu o lançamento da edição especial da Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG) "A Região Amazônica e a Pós-Graduação Brasileira", que conta com onze artigos, entre estudos e experiências, que tratam diferentes aspectos de programas de pós-graduação sediados nos estados amazônicos e suas articulações com o ambiente econômico, social e educacional da região. Além dos trabalhos selecionados para publicação, o número temático exibe imagens que trazem um pouco da riqueza natural da região amazônica e do ambiente de pesquisa que se desenvolve nos seus programas de pós-graduação. Esteve presente para o lançamento a editora da revista, Maria Luiza de Santana Lombas.
A produção de uma edição voltada para refletir sobre a região amazônica tornou-se possível devido às contribuições autorais recebidas, aos avaliadores que atenderam ao pedido da Capes para avalia-las e aos membros do comitê especial de análise e julgamento, coordenado por Adalberto Luis Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A nova edição já está disponível no site .
Conferência
Também na sexta-feira, o ministro Henrique Paim apresentou a conferência "Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação". Em sua exposição, Paim elogiou a sede da reunião – Universidade Federal do Acre (UFAC) – e as atividades desenvolvidas durante a semana. "Este é um espaço que permite grande reflexão em torno do papel da ciência e tecnologia no país. Fico muito feliz de estar em um ambiente com pessoas empenhadas em discutir ciência."
( Natália Morato )