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EDUCAÇÃO SUPERIOR
Inovação é desafio para a Engenharia brasileira
A educação empreendedora e a cultura da inovação devem estar presentes no ensino da Engenharia desde a graduação, como forma de assegurar que a pesquisa e a pós-graduação sejam protagonistas no desenvolvimento socioeconômico do País. É o que explicou Benedito Aguiar, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em videoconferência nesta terça-feira, 1º de dezembro.
O Brasil ocupa a 71ª posição, entre 141 países, no Índice de Competitividade Global, apresentado no Fórum Econômico Mundial de 2019. O País está no 66º lugar no Índice de Inovação Global (são 129 nações) e no 62º no ranking de citações por publicação (medido pelo índice acadêmico Rank Score), ou seja, no fator de impacto, na visibilidade da produção acadêmica. Isso contrasta com o volume de publicações: 46,7 mil artigos científicos publicados em periódicos em 2019, o que levou o País ao 14º posto nesse quesito.
Para melhorar esse cenário, o presidente da CAPES observa que é necessário definir áreas estratégicas para o Brasil. "A pós-graduação tem que ter um olhar específico e direcionado para o crescimento social e econômico do País. Não podemos fazer ciência por fazer ciência”, disse em apresentação no XLVIII Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia e III Simpósio Internacional de Educação em Engenharia (Cobenge 2020).
Aguiar observa que a Engenharia tem papel estratégico no sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). É um conjunto de áreas especializado em criar novas tecnologias, pré-requisito para um desenvolvimento sustentável. Inovações tecnológicas fruto do conhecimento de engenharia – como análise e correção dos solos, irrigação, mecanização agrícola, armazenamento e transporte – estão presentes, por exemplo, no agronegócio – responsável por sete dos 10 produtos mais exportados pelo Brasil em 2019.
Ocorre que o País é um grande exportador de commodities e apresenta uma preponderância de produtos básicos (52%) sobre manufaturados (48%). Estes são mais valorizados pelo conhecimento e novas tecnologias. “Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), inovação tecnológica é a transformação de uma ideia, um produto novo ou melhorado, que se introduz no mercado”, diz Aguiar.
O presidente da CAPES destaca o ecossistema da inovação. As universidades fazem pesquisas básicas e aplicadas. O desenvolvimento dos produtos se dá em conjunto entre instituições de ensino e empresas, que cuidam desde os protótipos até os passos finais, quando chegam ao mercado. “Para que isso seja realidade”, observa Aguiar, “é preciso que inovação e empreendedorismo estejam presentes durante toda a educação superior”.
Sobre o evento
A
edição de 2020 do Cobenge
é organizada pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) e pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Teve início nesta terça, com a palestra de Benedito Aguiar, e segue até quinta-feira, 3 de dezembro. O Cobenge é um fórum de discussão sobre a formação e o exercício profissional em Engenharia no Brasil, realizado anualmente desde 1973.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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