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EPIDEMIOLOGIA
Gaúchos propõem sistema de prevenção de epidemias
Iniciativa liderada por José Artur Chies, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), propõe a criação da Rede de Vigilância de Patógenos Emergentes
Projeto financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), dentro do Programa de Combate a Epidemias, pretende integrar dados colhidos pelas instituições acadêmicas do Rio Grande do Sul com sistemas oficiais de saúde. O objetivo é vigiar microrganismos com potencial epidêmico/pandêmico que circulam no estado, a partir de uma perspectiva de Saúde Única ( One Health ). A estratégia está em promover a rápida detecção desses elementos e, assim, controlar a transmissão desses agentes de forma precoce, evitando o contágio da população.
“A vigilância de patógenos é fundamental para detectar o surgimento de emergências em saúde pública de forma precoce, bem como monitorar a dinâmica de doenças infecciosas endêmicas”, explica José Artur Bogo Chies, doutor em Imunologia e professor do Departamento de Genética da UFRGS. Ele destaca que surtos, epidemias e pandemias virais serão cada vez mais comuns em razão dos crescentes desequilíbrios ambientais e interações cada vez mais próximas dos humanos com animais selvagens. Por isso, observa, “os dados gerados através destes levantamentos e análises permitirão a realização de estudos genéticos para identificar potenciais alvos terapêuticos, tanto para o tratamento da COVID-19 quanto para, futuramente, outras doenças”.
Um dos maiores desafios do grupo de pesquisadores reunidos em torno dessa investigação científica será entender como está acontecendo o que os pesquisadores chamam de “spill over” , ou seja, o salto de um patógeno entre as diferentes espécies de animais, causando novas e desconhecidas doenças endêmicas no mundo. Hoje, em torno de 70% das moléstias infecciosas emergentes que afetam os seres humanos têm origem zoonótica, isto é, são resultantes de agentes que, originalmente, circulavam em animais silvestres, domésticos ou de criação. Este é o caso de doenças como H1N1, zica, ebola e chikungunya.
O grupo de pesquisa de Chies defende que a vigilância de microrganismos com potencial patogênico deve acontecer de forma direcionada. Do seu ponto de vista essa estratégia seria a mais adequada, pois reduziria o número de amostras biológicas a ser analisada e “aumentaria a chance de detectar patógenos emergentes, pois está focada nas interfaces com maiores chances de eventos de spill over” . Por fim, afirma que, provavelmente dentro de um ano, já haverá um banco de dados inicial para subsidiar os órgãos de saúde no direcionamento das políticas públicas de vigilância epidemiológica.
Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O
Programa
está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.
Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.
Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:
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CAPES - Epidemias - Edital nº 09/2020
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CAPES – Fármacos e Imunologia - Edital nº 11/2020
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CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos - Edital nº 12/2020
Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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