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Formação de professores da Educação Básica é tema de evento no Pará
Nos dias 10 e 11 de setembro, representantes da área de educação avaliaram as principais ações de capacitação de professores do ensino médio em curso no Pará. Na pauta de discussões estavam os avanços e desafios do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), iniciativa promovida pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com as secretarias de educação dos estados e dos municípios e as instituições públicas de ensino superior.
Coordenados pelo reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), José Seixas Lourenço, e pelo presidente do Fórum Estadual de Permanente de Apoio à Formação de Docentes do Pará, Licurgo Peixoto de Brito, os debates contaram com a participação da coordenadora de programas e Apoio à Formação e Capacitação Docente da Educação Básica da Capes, Alba Maria Ferreira Rossi, e do diretor de Educação à Distância da Capes, Celso Costa, além de representantes das secretarias de educação dos municípios do Oeste do Pará e de outras instituições públicas de ensino superior parceiras, como a Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Estadual do Pará (UEPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
"Historicamente, essa integração entre o ensino superior e a educação básica não tem sido algo fácil", afirmou, durante os debates, Alba Rossi. Segundo a representante da Capes, a educação básica começa a ser tratada de forma especial dentro da instituição. "Temos no Brasil cerca de 450 mil professores sem formação superior, o que é algo inconcebível. Por isso temos que enfrentar essa tarefa de forma responsável ou vamos perder esse momento histórico".
Parfor
Instituição anfitriã, a Ufopa avaliou as principais atividades do Parfor realizadas nos polos regionais de Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná e Santarém. "Se continuarmos com esse mesmo número de ofertas de vagas, em cinco anos todos os professores sem formação superior poderão ingressar como graduandos da Ufopa. Pretendemos zerar o número de professores leigos no Oeste do Pará", afirmou Seixas Lourenço.
Os resultados foram apresentados pela professora Fátima Matos, do Centro de Formação Interdisciplinar da instituição. De acordo com os dados apresentados, das 1.750 vagas oferecidas pela Ufopa para a formação graduada de professores da rede pública de ensino, cerca de 1.290 foram efetivamente preenchidas. Além de licenciatura em pedagogia, a Ufopa ofereceu mais quatro cursos de graduação, com as licenciaturas integradas, no âmbito do programa: letras (português e inglês); história e geografia; química e biologia; e matemática e física.
A primeira fase das aulas presenciais foi realizada no mês de julho, em escolas municipais cedidas pelas prefeituras, e contaram com a participação de 89 professores da Ufopa, sendo 36 doutores e 50 mestres, distribuídos no ensino de cinco módulos: Origem e Evolução do Conhecimento; Sociedade, Natureza e Desenvolvimento; Estudos Integrativos da Amazônia; Lógica, Linguagem e Comunicação; e Seminários Integradores. Além de aulas expositivas, os licenciandos participaram de seminários e oficinas de linguagem, além de desenvolver projetos de pesquisa e extensão em grupo nas suas comunidades.
Fórum Estadual
Os debates sobre o tema continuaram no dia 11, durante a 10ª Reunião do Fórum Estadual de Permanente de Apóio à Formação de Docentes do Pará, realizada em Santarém. De acordo com o presidente do fórum, Licurgo Peixoto de Brito, a meta do Parfor é formar 42 mil professores leigos só no Pará.
O fórum aprovou a proposta de matrícula on-line dos alunos do Parfor e a Resolução nº 03/2010, que estabelece procedimentos para a atuação de docentes em mais de uma instituição pública de Ensino Superior, no âmbito do Plano, desde que não haja acúmulo de bolsas, conforme estabelece o MEC.
O não preenchimento integral de todas as vagas nas turmas do Parfor e a evasão de alunos devido à falta de apoio financeiro são outros temas que serão aprofundados na próxima reunião do fórum, que será realizada no dia 18 de outubro, em Belém. "A evasão de alunos é o grande nó desse programa. Vamos tentar minorar essa questão e fazer um estudo para avaliar a possibilidade de viabilizar uma ajuda de custo para os professores-alunos de baixa renda", afirmou Alba Rossi, da Capes.
Também foi apresentada no Fórum a Base de Informação sobre os Professores da Educação Básica da Rede Pública do Pará (BIP), que tem a finalidade de fornecer dados padronizados sobre os professores dos municípios, de modo a constituir turmas para as instituições de Ensino Superior, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Fórum do Parfor.
( Com informações da Ufopa )