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Ex-bolsistas CsF falam de suas experiências no exterior
Na tarde desta quarta-feira, 24, ex-bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) relataram suas experiências no exterior, vivenciadas durante o intercâmbio. Participaram estudantes que foram para Alemanha, Estados Unidos, Itália, Coreia do Sul, Austrália, Espanha. Os alunos de graduação e doutorado ficaram 12 meses fora do Brasil. O encontro foi realizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) dentro da programação da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Lydia Mesquita Vieira de Barros Neta, aluna de biologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi para Melbourne, Austrália, no primeiro edital para o país. "Fui em julho de 2012. Foi muito bom, o maior impacto que senti foi assistir todas as aulas em inglês, mas com o tempo acostumamos", relatou. Segundo ela, a universidade é muito diferente da UFPE, menos aula e muito tempo livre para estudar. "O meu interesse em ir para Melbourne foram os golfinhos, pois já tinha o objetivo de trabalhar com eles. Logo na primeira semana já tive contato com pesquisadores, fui para os barcos identificar cada golfinho. Lá não fazemos biologia, fazemos ciência, pude estudar biodiversidade, clima e tinha opções para diversas matérias como microbiologia", contou.
Bruno Closs, aluno de engenharia mecânica da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), foi para Coreia do Sul. "Fui para o MIT de lá. O mais interessante é que pude estudar diversas áreas, montagem, adaptação de estaleiros. Temos muito tempo extra e o aproveitei para ir atrás de laboratórios que me aceitaram de braços abertos. Prestei serviço para Hyundai, Mitsubishi. Eu achava que o CsF era a porta, mas hoje vejo que é a chave que abre muitas portas", concluiu.
A doutoranda Lilian Oliveira Rosa da Universidade Federal de Viçosa (UFV), contou sua experiência nos Estados Unidos. "O que senti em comparação com a minha universidade e a de lá é que a minha [UFV] é padrão americano, não perde em nada." A estudante relata que a maior dificuldade foi a língua e aconselhou que os futuros bolsistas tenham um preparo psicológico forte. "Enfrentei minhas dificuldades e voltei com muitos elogios pela evolução, inclusive com relação ao inglês."
Aprendizado
Laboratórios abertos 24h, carga horária de aula muito reduzida, tempo livre para estudos, trabalhar com pesquisadores de diversos países, aprendizado in loco de outro idioma, estágios em empresas e universidades de ponta. Esses foram alguns dos principais aprendizados relatos pelos diversos estudantes presentes no evento.
Sobre o retorno, um dos estudantes da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Nehme, disse que a reitoria da universidade abriu as portas para o grupo do CsF que já retornou. "O reitor abriu as portas para darmos sugestões, para propormos mudanças. Acho que todas as universidades deveriam receber esses estudantes de braços abertos."
A presidenta da SBPC, Helena Nader, disse que o mais importante é que todos esses estudantes retribuam com o que o Brasil precisa, pelo investimento que foi feito. "Eu, por exemplo, estudei fora com recursos de instituições do exterior e sempre trabalhei no Brasil. Acho que o mais importante é que o nosso país receba o retorno real desse incentivo", concluiu.
Participaram do encontro os presidentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
(Fabiana Santos)