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Estudo usa plantas medicinais para desenvolver pomada cicatrizante
Irivânia Fidelis é graduada, mestre e doutora em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Bolsista da CAPES, ela utilizou plantas medicinais do Bioma Caatinga para desenvolver uma pomada cicatrizante.
Sobre o que é a sua pesquisa?
Desenvolvemos diversas pesquisas na área do Bioma Caatinga, dentro do curso de Ciências Biológicas, com foco no conhecimento tradicional e sua importância para a academia. A partir desse saber, que é transmitido de geração em geração, buscamos explorar as potencialidades das plantas medicinais, especialmente as do Bioma Caatinga. Muitas pessoas desconhecem que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, e é justamente nesse ambiente único, com recursos hídricos limitados e solos rasos, que encontramos plantas com compostos químicos de grande importância.
Essas plantas apresentam atividades antioxidantes, anti-inflamatórias e cicatrizantes, entre outras propriedades. Minha linha de pesquisa, especificamente, envolveu o estudo do extrato de uma planta endêmica da Caatinga. A partir desse extrato, desenvolvemos uma pomada cicatrizante, observando que ele possui excelente potencial anti-inflamatório, além de apresentar atividades antipiréticas (para febre) e antinociceptivas (para alívio da dor). Também realizamos testes de toxicidade e avaliamos diferentes aspectos da planta, com o objetivo de, futuramente, potencializar o uso dessas espécies para o desenvolvimento de produtos terapêuticos.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Em ressaltar o valor do conhecimento tradicional, buscando garantir que ele não se perca com o tempo. O objetivo é que a academia reconheça e comprove a relevância desse saber ancestral, que é fundamental para o desenvolvimento de novas soluções. A pesquisa foi justamente criada para validar esse conhecimento, explorando suas aplicações no contexto científico. O retorno para as comunidades tradicionais, por sua vez, é um dos focos principais, com a intenção de, no futuro, desenvolver produtos farmacêuticos fitoterápicos e, assim, valorizar e fortalecer essas comunidades.
De que forma a bolsa da CAPES contribui para sua formação?
A bolsa da CAPES foi de extrema importância para mim, pois conciliar o trabalho com o estudo e a pesquisa não é uma tarefa fácil, exige muito esforço e dedicação. Essa bolsa nos oferece o suporte necessário, permitindo que possamos focar mais intensamente na pesquisa. Ela nos proporciona a liberdade de interagir com as comunidades, viajar e coletar dados diretamente no campo — algo que seria muito difícil de realizar se precisássemos conciliar o trabalho com a pesquisa. Portanto, essas bolsas são fundamentais, não apenas para nós, pesquisadores, mas também para as comunidades, pois possibilitam um trabalho mais aprofundado e eficaz.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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