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Estudo brasileiro sobre Alzheimer é reconhecido internacionalmente
A contribuição dos fatores de risco vascular para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é o tema da pesquisa de João Pedro Ferrari Souza, bolsista do Programa de Doutorado-Sanduíche (PDSE) da CAPES, na University of Pittsburgh (EUA). Aos 22 anos ele é aluno de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi bolsista do programa MD-PhD da Fundação, que lhe permitiu executar o projeto de doutorado, simultaneamente à graduação.
Fale um pouco sobre o seu projeto de pesquisa.
Nosso trabalho busca entender a contribuição dos fatores de risco vascular – como diabetes melittus, hipertensão e tabagismo - para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Durante seis anos, avaliamos um grupo de 503 indivíduos cognitivamente saudáveis, entre 55 e 90 anos. Observamos que a presença de dois ou mais fatores de risco vascular acelerou o dano cerebral e declínio cognitivo em pessoas com risco aumentado para a doença.
Agora, pretendemos publicar os resultados em um jornal científico e compartilhar nossos achados com a comunidade, para receber o feedback de outros pesquisadores da área e avançar no entendimento da doença de Alzheimer.
Como o seu trabalho pode contribuir para a melhoria da vida das pessoas?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência é o maior desafio do século XXI, em termos de saúde e assistência social, afetando cerca de 50 milhões de pessoas mundialmente. A demência é uma síndrome clínica que pode resultar de várias patologias que acometem o cérebro, sendo a doença de Alzheimer a principal causa, responsável por 60-70% dos casos. Ainda não há tratamento farmacológico aprovado que possa interromper ou retardar a sua progressão. Por outro lado, a maioria dos fatores de risco vascular pode ser manejada por meio de tratamentos já existentes, o que pode ser uma potencial estratégia para prevenir o avanço da doença.
Fale sobre as premiações que o seu trabalho já recebeu.
Nosso estudo ficou em primeiro lugar na modalidade oral de pesquisa clínica na XIII Reunião de Pesquisadores em Doença de Alzheimer e Desordens Relacionadas, realizada pelo Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. No exterior, recebemos o prêmio de Destaque no evento
Spring
2021 ADRD
Poster Session,
organizado pelo Centro de Pesquisa da Doença de Alzheimer da Universidade de Pittsburgh (EUA). Além disso, fui contemplado com uma bolsa de viagem, para apresentar meu trabalho na Conferência Internacional da
Alzheimer's Association
(AAIC 2021), em Denver, nos Estados Unidos.
Qual a importância de fazer parte dos seus estudos no exterior?
A CAPES me possibilitou realizar o projeto no Brasil e aprimorá-lo em um dos principais centros de pesquisa relacionado à doença de Alzheimer no mundo. Estudar no exterior me deu a oportunidade única de interagir com pesquisadores de vários países, participar de diversos congressos e aprender técnicas avançadas para processamento e análise de neuroimagens. Além disso, tive acesso a multimodalidades de exames e avaliações utilizados na pesquisa clínica.
Legenda das imagens:
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Imagem ilustrativa
(Foto: iStock/Ipopba)
Imagem dentro da matéria:
João Pedro Ferrari estuda a influência dos riscos vasculares para o desenvolvimento da doença de Alzheimer
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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