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Estudante participa de pesquisa sobre carros autônomos nos EUA
O ex-bolsista do programa Ciência sem Fronteiras (CsF) Ciro Serighelli Sampaio fez parte de uma pesquisa premiada pelo Instituto de Tecnologia de Illinois (IIT), Estados Unidos, durante o estágio acadêmico realizado em 2015. A equipe cujo brasileiro integrava contava com outros dois bolsistas do CsF Yuri de Sousa Dourado e Matheus Morais Teodoro e foi a pesquisa escolhida como melhor da área e o estudante recebeu um certificado de excelência pelo trabalho desenvolvido sobre carros autônomos.
Carros autônomos são veículos com capacidade de transporte de pessoas ou bens sem a utilização de um condutor humano. Eles integram um conjunto de tecnologias de sensores, de sistemas de controle e atuadores para determinar as melhores opções de ação e se movimentar de forma mais segura e confiável.
Estudante de Engenharia Civil da Universidade de Brasília (UnB), Ciro explica que o tema dos veículos robóticos era o mesmo para cada grupo de pesquisa. “Nossa sala de aula tinha vários estudantes de engenharia de diferentes áreas e cada grupo de estudantes escolheu um item ou uma situação do carro para um estudo mais aprofundado. Após algumas pesquisas na internet e leituras em alguns sites oficiais de carros autônomos, nosso grupo percebeu que os dois pontos mais difíceis para implementação do sistema no carro eram a aceitação pública e o custo, que é muito elevado”, conta.
O grupo decidiu, então, focar na estratégia para iniciar a implementação do sistema de carros autônomos no dia a dia das pessoas. “Uma espécie de primeiro passo, firme, seguro e com retorno financeiro. Focamos nosso estudo para traçar uma estratégia de como seria o jeito mais fácil de começar a implementação do carro autônomo na sociedade moderna”, explica o estudante brasileiro.
De acordo com o ex-bolsista, a conclusão encontrada pelo projeto foi de que o transporte público em universidades poderia ser o primeiro passo de experimentação dessa nova tecnologia. “Na nossa visão, as empresas que trabalham com essa tecnologia deveriam investir em ônibus autônomos, em parcerias com o transporte interno dos grandes campus das universidades. As ruas internas dos campus poderiam ser adaptadas ao sistema mais facilmente e o transporte interno, que tem a rotatividade muito alta nesses locais, poderia funcionar 24 horas por dia já que muitos jovens moram no campus ou próximo a ele. O convívio diário com essa tecnologia, em um ambiente fechado e com pessoas mais abertas a novas ideias (estudantes e professores universitários) é fundamental para criar-se uma cultura de aceitação do sistema. A economia seria gerada pela substituição de dois a quatro motoristas (funcionamento de um dia inteiro feito em diferentes turnos pelos motoristas) pelo sistema, sendo que, em aproximadamente dois anos, as universidades começariam a ter um retorno financeiro.”
Ciro conta que a equipe criou um vínculo para além da pesquisa. “Foi minha primeira pesquisa e fiquei muito feliz pelo resultado. Além de recebermos esse prêmio fizemos uma grande amizade.”
O estudante brasileiro define a oportunidade de estudar no exterior como única. “Além do conhecimento que adquirimos em sala de aula e nos outros cursos de idiomas, adquirimos também, um conhecimento em outras culturas. Espero poder usar essa bagagem adquirida e ajudar minha universidade e nosso país”, conclui.
CsF
Lançado em dezembro de 2011, o Ciência sem Fronteiras busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq. Ao todo, 101.446 bolsas foram concedidas em quatro anos, conforme meta inicial do programa.
Consulte nesta página matérias sobre a atuação dos bolsistas do CsF.
(Pedro Arcanjo)