Notícias
Estudante diz que oportunidade de fazer estágio em renomada empresa norte-americana é a realização de um sonho
Maria Júlia Sanches, de 23 anos, aluna de engenharia da Universidade de Brasília (UnB), uma das selecionadas para estudar nos Estados Unidos pela chamada pública do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), fala sobre sua expectativa de prestar parte do curso de graduação no exterior.
"Para nós que somos da engenharia, a oportunidade de estudar e até fazer um estágio em uma renomada empresa norte-americana é a realização de um sonho", disse a estudante integrante do grupo que participou da visita da subsecretária para Assuntos de Educação e Cultura, do Departamento de Estado Norte-Americano, Ann Stock, à sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nesta terça-feira, 17. "É você estar trabalhando com a pessoa que pensou e idealizou aquilo que, aqui no Brasil, a gente olha admirado e tenta se inspirar", completou Maria Sanches.
Os estudantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e fazer comentários acerca do programa à subsecretária e ao presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães. "Nossos estudantes já alocados nas universidades americanas estão com ótimas propostas de estágios, três deles inclusive na NASA. Visitei empresas em Virgínia que já estão prontas para receber estudantes", respondeu o presidente da Capes a um questionamento.
Para a estudante de farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Graciele Cardoso Torquato, 20, os frutos da experiência irão além da vida profissional. "Com certeza teremos bons resultados desse período que passaremos fora. Além do crescimento pessoal e tecnológico, o amadurecimento também será inevitável", disse.
Ann Stock falou aos alunos sobre a oportunidade que estão tendo de cumprir objetivos centrais estabelecidos por seus governantes. "Os governos de Dilma e Obama colocaram a educação como objetivo chave de suas políticas e, hoje, vocês têm nas mãos a oportunidade de colocar isso em prática", afirmou Stock. A subsecretária ressaltou ainda a experiência de vida que os bolsistas do programa terão. "Essa é a chance de conhecer outro país, outra cultura e, acima de tudo, de representar o Brasil lá fora", completou Stock.
A estudante Luma Tatiana Silva Castro, 22, do curso de Medicina Veterinária da UFG, disse que o encontro com a subsecretária americana mostra a seriedade da iniciativa. "Só o fato de estarmos aqui hoje nesse encontro mostra o carinho da Capes por esse programa e por nós, e também a seriedade da iniciativa, que deixa claro que seremos cobrados", explicou.
CsF
Jorge Guimarães enfatizou o excelente desempenho dos primeiros selecionados pelo Csf, que desde janeiro estão em universidades americanas, e ressaltou o papel que o programa tem hoje para o país. "O Csf é a oportunidade que temos de recuperar o atraso do país no que diz respeito à educação e produção de conhecimento científico", explicou. O presidente afirmou ainda que pelos resultados já encontrados, a iniciativa ultrapassará o período inicialmente planejado. "O programa foi planejado para quatro anos, mas é certo que o investimento e a ações continuarão", disse.
Surpresa com a pouca idade do sistema educacional Brasileiro Ann Stock elogiou a iniciativa Brasileira. "É uma grande oportunidade que se abre e com certeza os EUA serão parte dessa empreitada". Segundo a assessora Especial de Política, do Bureau de Educação e Cultura, do Departamento de Estado Americano, Lisa Blonder, o sucesso do programa já está influenciando novos projetos entre os países. "As universidades americanas estão muito interessadas em participar do Ciência sem Fronteiras. Temos até esboços de projetos que contemplam a expansão da língua portuguesa em nosso país, de modo a facilitar a vinda de estudantes de lá para cá", afirmou.
Stock mostrou ainda grande interesse nas modalidades do CsF que induzem a vinda de pesquisadores estrangeiros ao Brasil – Professor Visitante Especial e Atração de Jovens Talentos.
Escola sem Fronteiras
Também foi apresentado pelo presidente da Capes o esboço do que será o programa "Escola sem Fronteiras", projeto, que a exemplo do Ciência sem Fronteiras, objetiva enviar professores da educação básica para treinamentos e programas de aperfeiçoamento no país e no exterior.
Segundo Jorge Guimarães, o programa beneficiará quantitativamente e qualitativamente a educação básica. "Além de ajudar na defasagem anual de cem mil professores da educação básica que se aposentam, esse programa contribuirá para a formação de um ciclo de ações de melhoria na educação brasileira. Ao qualificar a base, temos consequentemente a melhoria dos resultados na pós-graduação", explicou o presidente.
Gisele Novais