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Estreitar laços entre academia e setor produtivo é essencial à inserção da inovação nas políticas públicas de C&T
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Abilio Baeta Neves, na abertura do Seminário “Lei do Bem – Como ampliar parcerias público-privadas para investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação”, na manhã desta quarta-feira, 7, destacou a recuperação na capacidade de investimento da agência nesse segundo semestre de 2016, o que permite à Capes atuar em outras frentes para o desenvolvimento científico do país. “O engajamento da Coordenação – historicamente ligada ao fomento das universidades e da pós-graduação – na realização deste evento demonstra que percebemos que o debate sobre a inovação deve estar na agenda das políticas públicas de ciência e tecnologia. Debate que envolve, necessariamente, buscar estreitar os laços entre academia e setor produtivo”, ressalta.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, acredita que o encontro fortalece a expansão de missões do MEC. “Não há nação próspera no mundo que tenha conseguido alcançar patamares elevados de desenvolvimento e de justiça social se porventura não tiver a educação como base e a ciência, tecnologia e inovação como fatores de alavancagem do lançamento de novos produtos e de inserção econômica no contexto interno e internacional. Temos exemplos de empresas nacionais muito bem-sucedidas criadas por meio da inovação, mas também temos um longo caminho a percorrer”, define.
O secretário de Inovação e Novos Negócios, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Vinícius de Souza, considera o atual momento do país como propício para realização do seminário. “Nesse período de crise, das mais graves, toda comunidade de CT&I deve lutar para manter o orçamento. Toda literatura e experiências internacionais mostram que em momentos como esse é importante o investimento do governo em inovação. Esse tipo de política pública se mostra essencial no atual contexto, pois as empresas cortam [recursos] em inovação primeiro. Por outro lado, os investimentos feitos na crise podem maturar para trazer retornos no momento de retomada futuro. Esse investimento não é contraditório, é o que funciona em qualquer lugar do mundo. Por isso é hora de utilizar melhor os mecanismos que já existem, como o caso da Lei do Bem, e as medidas a serem tomadas pelos nossos ministérios devem ter no horizonte a redução de burocracia e da insegurança jurídica para tornar os incentivos fiscais para a inovação ainda mais atrativos e efetivos”, conclui.
Representantes do governo, agências de fomento, empresários e gestores da área de ciência, tecnologia e inovação participam do evento que é realizado no edifício-sede da Capes, em Brasília. O objetivo é debater os desafios da inovação e pesquisa no Brasil e promover reflexões sobre o marco regulatório atual da área além de debater oportunidades, desafios e perspectivas para aplicação dos incentivos fiscais para inovação. O seminário é promovido pela Capes com apoio dos ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII).
Para os debates foram estruturadas três mesas-redondas: “O Marco regulatório de incentivos fiscais para investimento na inovação científica e tecnológica”; “Experiências de projetos universidades-empresas em C,T&I com financiamento público-privado”; e “A visão do setor privado sobre o modelo atual de investimento privado em C,T&I”. Confira a programação completa .
Contextualização
O marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação, conhecido como Código de C,T&I, foi alterado por meio da
Lei 13.243/2016
, a qual buscou o aperfeiçoamento e maior flexibilidade das bases institucionais, dos mecanismos de financiamento e dos procedimentos burocráticos, assim como facilitar e ampliar parcerias público-privadas para promoção à inovação nacional. A
Lei 11.196/05
, conhecida como “Lei do Bem”, em seu Capítulo III, criou o uso de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem ou contratarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.
Em seu artigo 19-A, a Lei do Bem inclui um incentivo fiscal específico a empresas relacionado aos dispêndios efetivados em projeto de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser executado pelas instituições científicas e tecnológicas (ICTs), desde que previamente aprovados por comitê constituído por representantes dos ministérios MCTIC, MDIC e MEC.
Para tanto, os três ministérios, com gestão operacional da Capes lançaram, em 2007, chamada pública conjunta com base nesse mecanismo para incentivar investimentos em inovação por parte do setor privado e aproximar as empresas das universidades e institutos de pesquisa, potencializando os resultados em pesquisa e o desenvolvimento de serviços, processos e produtos inovadores no País.
O Seminário “Lei do Bem” acontece na perspectiva de relançamento de novas ações de indução da CAPES, com apoio do MCTIC, do MDIC, CNPq EMBRAPII.
Acesse o site do evento.
Veja matéria da TV MEC sobre o seminário: https://www.youtube.com/watch?v=vi_mKYaKqd8
(Pedro Matos)