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Estágio de verão na Noruega é reconhecido por estudantes brasileiros
Um grupo de estudantes brasileiros bolsistas do Ciência sem Fronteiras (CsF) acaba de participar do Summer Internship Project, o estágio de verão da petroleira norueguesa Statoil. Durante seis semanas de estágio, os participantes tiveram a oportunidade de assistir palestras ministradas por especialistas da Statoil, conhecendo um pouco mais sobre a experiência da companhia no setor de óleo e gás. É a primeira vez que brasileiros participam do evento, que terminou no início de julho.
Fruto da parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a empresa nórdica, o projeto conta com o apoio do Centro Norueguês para a Cooperação Internacional em Educação (SIU). A participação da companhia no Programa CsF visa contribuir para a ampliação da base de pesquisa e de inovação em domínios tecnológicos relevantes para o setor de óleo e gás no Brasil.
Alocados em três centros de pesquisa na Noruega – Trondheim, Bergen e Stavanger –, os estudantes participaram de reuniões periódicas por vídeo e fizeram algumas visitas programadas em Bergen, um modelo de cooperação remota muito utilizado na Statoil. "A vivência trouxe inúmeros benefícios para a minha carreira, principalmente por já ter pensando em trabalhar nesta área", afirma Yuri Soares Pinheiro, estudante de Engenharia de Petróleo da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Os estudantes foram divididos em cinco grupos multidisciplinares, orientados por pesquisadores da companhia, para desenvolver soluções ligadas aos cinco desafios propostos: "Integrated Operations", "Lean Solutions for Deep Water", "WikiWhat portal to Geology", "WikiHow portal Petec" and "Wiki and beyond".
Segundo Raíssa Silva Hardt, estudante de Engenharia Química da Universidade de São Paulo (USP), o estágio foi positivo. "O que mais me interessou foi lidar com colegas de cursos diversos e poder unir nossas ideias, discutir pontos relevantes do trabalho e saber organizar nossas tarefas a fim de cumpri-las no prazo estabelecido, superando todas as limitações encontradas. A vivência em uma companhia de óleo e gás contribuiu para mostrar que, mesmo fora da minha área de conhecimento, posso agregar valor à empresa, aplicando minhas habilidades em tarefas inovadoras, que exigem criatividade, organização e trabalho em equipe. A minha melhor impressão sobre a Statoil foi o suporte que os líderes nos deram. Desde o começo nos incentivaram a 'criar' sem medo de falhar. O importante era inovar. Assim, nos sentimos mais confortáveis para ir além das expectativas." Na Noruega, Raíssa estudou na Universidade de Bergen.
Entre as atividades realizadas, os estudantes puderam visitar a plataforma on-shore em Ågotnes."A visita na plataforma de perfuração Pioneer COSL teve como objetivo oferecer aos estagiários de verão a possibilidade de ver de perto um outro lado da Statoil funcionando", comentou Andreas Rittersbacher, geólogo sênior da empresa. Andreas disse ainda que os estudantes ficaram impressionados com o tamanho da plataforma, com o esquema de trabalho realizado dentro e fora da mesma e com a presença feminina marcante entre os empregados. "Foi uma visita muito bem sucedida e, certamente, os alunos aprenderam um pouco mais sobre o lado técnico da indústria", destacou.
O programa teve um retorno positivo com relação ao aproveitamento dos 40 participantes, como afirma Laryssa Abdala, estudante de Matemática com ênfase em Física-Matemática na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. "Gostei muito da experiência de sair do Brasil pela primeira vez e de me sentir acolhida na Universidade de Bergen. Durante o estágio, gostei de interagir com pessoas de diversas áreas, além de ter a possibilidade de aprender um pouco sobre exploração e extração de petróleo com os workshops e com as conversas entre amigos. Foi um momento importante para mim como cidadã e também para a minha carreira profissional".
Experiência positiva também relatada por Caetano Pinheiro Saramago de Andrade, estudante de Engenharia de Petróleo na Universidade Federal Fluminense (UFF). "Depois desse estágio tive a confirmação de que escolhi a profissão certa. Fiquei maravilhado com a plataforma de perfuração, pois vi pela primeira vez equipamentos e procedimentos que somente tinha estudado em livros ou ouvido falar na sala de aula."
Para a líder do projeto no Brasil, Andrea Achoa, é importante manter o vínculo com os estudantes, para saber no futuro qual foi o impacto dessa experiência em suas carreiras. "Os alunos são muito bem preparados e com objetivos profissionais. São jovens dispostos a crescer e abertos a conhecer novas culturas", declarou.
CsF
Lançado em dezembro de 2011, o Ciência sem Fronteiras busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de esforço conjunto dos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio de suas respectivas instituições de fomento – Capes e CNPq.
Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior. Dados do programa podem ser consultados no Painel de Controle do CsF .
Statoil
A Statoil é uma empresa internacional de energia sediada na Noruega. Com 43 anos de experiência em produção de petróleo e gás na Plataforma Continental Norueguesa, a companhia opera em 30 países. Está entre as maiores operadoras offshore de petróleo e gás e é reconhecida como líder em tecnologia e gerenciamento de recursos. A companhia conta com, aproximadamente, 22,5 mil funcionários no mundo todo e está listada nas bolsas de valores de Nova York e Oslo.
Mundialmente, a Statoil produz em torno de 2 milhões de barris/dia, dos quais 40% vêm das operações internacionais da companhia.
No Brasil, a empresa participa de 10 concessões, sendo operadora em seis delas. Hoje, é uma das maiores produtoras de petróleo do país e operadora do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, o maior fora da Noruega, com produção diária de cerca de 100 mil barris de petróleo por dia. Mais informações no site .
(Com informações da Statoil)
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