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FÓRUM MUNDIAL DA EDUCAÇÃO
Em Londres, CAPES debate presença feminina nas Exatas
Em participação no Fórum Mundial da Educação, em Londres, na Inglaterra, a CAPES apresentou dados da participação feminina na América Latina e no Caribe nas carreiras de Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática (grupo conhecido pela sigla em inglês STEM, abreviação para Science, Technology, Engineering, and Mathematics ). O tema foi abordado em palestra de Mercedes Bustamante, presidente da Fundação, nesta quarta-feira, 10 de maio, que também falou sobre estratégias para aumentar a inclusão de mulheres nesse universo.
Para ilustrar a desigualdade entre mulheres e homens na ciência, a presidente da CAPES destacou haver 146.051 doutoras e 131.857 doutores titulados no Brasil e 95.760 empregos formais para elas e 93.350 para eles no País. Apesar disso, a remuneração média e a soma da remuneração masculina superaram a feminina: R$17.680 (eles) e R$14.852 (elas) e R$1,6 bilhão (homens) e R$1,4 bilhão (mulheres), respectivamente.
Essa discrepância se dá por dois motivos: menor participação das mulheres em cargos gerenciais e de liderança e maior presença nas áreas de menor remuneração. Isto é resultado do chamado “teto de vidro”, definição dada às barreiras invisíveis impostas às mulheres na ciência – e na sociedade como um todo – que dificultam a ascensão na carreira e às posições de maior poder e prestígio. As mulheres dedicam, em média, o triplo do tempo ao trabalho doméstico e de cuidados não remunerados em relação aos homens.
Nas STEM, as mulheres são minoria. No Peru e na Bolívia, por exemplo, o percentual de pesquisadoras nessas áreas não chega a 20%. “Em toda a América Latina e no Caribe, há menos propensão de mulheres na primeira ou última autoria dos artigos, as publicações femininas recebem menos citações e menor proporção de mulheres que utilizam o sistema de patentes. “Temos que trabalhar em vários níveis, desde a base. A pobreza atinge mais as mulheres do que os homens. Para combater a desigualdade na academia, é necessário combater a desigualdade socioeconômica”, disse Mercedes Bustamante.
A presidente da CAPES listou ações para reverter essa situação. Faz-se necessário, por exemplo, promover um enfrentamento à injustiça socioeconômica étnico-racial que reflete na desigualdade (mulheres negras têm menores chances nas carreiras), investir na construção pedagógica de instrumentos de gênero e infraestrutura nas escolas públicas, desconstruir a ideia de que as áreas STEM são mais apropriadas para homens e formular políticas contra misoginia, racismo a xenofobia nos espaços de aprendizado e de ciência.
Participação no evento
Bustamante falou em um painel sobre a inclusão de mulheres pesquisadoras em carreiras STEM. Os outros participantes foram José María Roldán, diretor da Agência de Educação Superior, Ciência e Tecnologia de Bogotá (Colômbia), Dania López, vice-ministra da Educação de Cuba, Gonzalo Baroni, diretor de Educação do Ministério da Educação do Uruguai, e Viviene Johnson, diretora de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério da Educação da Jamaica.
Outro painel, dedicado a debater soluções de países latino-americanos para elevar o acesso à educação no pós-pandemia, contou com a participação de Camilo Santana, ministro da Educação do Brasil. Os demais integrantes foram Salvador Vanegas, ministro assessor para Educação da Presidência da Nicarágua, Edna Bonilla Sebá, secretária da Educação de Bogotá (Colômbia), e Leandro Folgar, presidente do projeto “Conectividad Educativa de Informática Básica para el Aprendizaje en Línea”, do Uruguai.
Sobre o Fórum Mundial da Educação
O Fórum Mundial da Educação é um evento que reúne membros de governos, entidades da sociedade civil, representantes da academia e diversos outros agentes do setor educacional de todo o mundo para discutir o futuro da educação.
Legenda das imagens:
Banner e imagem dentro da matéria:
Fórum Mundial de Educação promoveu debate sobre a situação das mulheres da América Latina e do Caribe nas áreas de ciências, tecnologia, engenharias e matemática
(Foto: Divulgação)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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