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PRÊMIO CAPES DE TESE
Economista propõe dois novos indicadores sociais
O pesquisador e professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Adriano Renzi, conquistou o Prêmio CAPES de Tese de na categoria Planejamento Urbano e Regional/Demografia com uma proposta que pode transformar a avaliação e a construção das políticas públicas no Brasil. Durante o trabalho, realizado na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, o economista sugeriu a criação de dois novos indicadores socioeconômicos para o Brasil: o Índice de Desenvolvimento Econômico da Ruralidade, o IDER, e o Índice de Desenvolvimento Econômico Local, o IDEL.
A ideia é utilizar os dois indicadores como parâmetros para mensurar traços da realidade brasileira, como a influência e a importância da ruralidade e da governança municipal. Esses indicadores forneceriam informações que permitiriam a gestores e governantes ter uma percepção mais apurada da verdadeira situação socioeconômica dos 5.560 municípios brasileiros.
Para Adriano Renzi, os dois índices tradicionais utilizados hoje no Brasil, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice FIRJAN de Desenvolvimento dos Municípios (IFDM-G), são importantes e valiosos. No entanto, “não conseguem captar algumas dimensões relevantes e presentes no desenvolvimento econômico”. Em seu estudo intitulado A ruralidade e o desenvolvimento econômico local: o caso dos municípios brasileiros , Renzi sustenta que os indicadores tradicionais consideram apenas aspectos relacionados a renda, emprego, educação e saúde, sem dimensionar, por exemplo, o aumento ou a queda na desigualdade de renda entre os brasileiros.
Os dois novos indicadores propostos pelo economista consideraram um conjunto inicial de 146 variáveis, a partir dos quais foram selecionadas 42 na composição do IDER e 55 no IDEL. Essas composições podem, em sua visão, identificar os fatores representativos de cada município com mais acuidade e exatidão. “Um aspecto muito importante, que caracteriza uma alteração nos últimos 20 anos, é que a maior parte das pessoas vive na cidade, mas tem atividades no campo, e parte das pessoas que vive no campo exerce atividades rurais, mas também algumas atividades na área urbana”, explica ele.
A partir das hipóteses levantadas na tese, Adriano Renzi conseguiu provar que o nível de desenvolvimento econômico da ruralidade, medido pelo IDER, integra e é correlacionado positivamente com o nível de desenvolvimento econômico local, avaliado pelo IDEL. Além disso, “observou-se que os municípios que apresentam níveis superiores de desenvolvimento econômico da ruralidade tendem a apresentar níveis superiores de desenvolvimento econômico local”, explica.
Renzi considera positiva a confirmação de que aspectos da ruralidade geram efeitos benéficos, ainda que parcialmente, sobre o nível de desenvolvimento econômico local. Segundo o economista, ao elaborar tais índices, a pesquisa ofereceu um instrumento capaz de medir “o nível de desenvolvimento econômico dos municípios brasileiros e, por conseguinte, no agregado, do País”.
Prêmio CAPES de Tese
A CAPES
divulgou
em 3 de setembro o
resultado
do
Prêmio CAPES de Tese
2021, oferecido às melhores teses de doutorado defendidas em 2020. No total, 49 trabalhos foram premiados e outros 92 receberam menções honrosas. Há ainda o Grande Prêmio, escolhido entre os 49 vencedores e oferecido ao destaque de cada um dos três Colégios do conhecimento: Ciências da Vida, Humanidades e Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar.
Criado em 2005, o Prêmio CAPES de Tese é fruto da parceria entre a CAPES, a Fundação Carlos Chagas, a Comissão Fulbright e a Dimensions Sciences (DS). Os critérios de seleção consideram a originalidade do trabalho e sua relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação.
Legenda das imagens:
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Imagem ilustrativa
(Foto: iStock/Blackdovfx)
Imagem dentro da matéria:
O economista Adriano Renzi é professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e fez Doutorado na Universidade Estadual do Oeste do paraná - Unioeste
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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