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Diretora da CAPES apresenta dados sobre a avaliação da pós-graduação
O Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG) está em constante evolução. De 1998 a 2017, o número de cursos teve um aumento de 214% enquanto o número de discentes matriculados cresceu 265%. Na formação, o acréscimo de titulados foi na ordem de 307%. As assimetrias regionais na pós-graduação brasileira foram reduzidas: ocorreu uma interiorização dos programas de pós-graduação (PPGs), mesmo daqueles considerados de excelência (com notas 6 e 7 na Avaliação da CAPES). Sobre estes, o número saltou de 135, em 1998, para 482, em 2017.
Estes dados, resultado de uma política pública de expansão da pós-graduação brasileira, foram apresentados nesta terça-feira, 24, durante a 70ª Reunião Anual da SBPC, que acontece na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió. O evento segue até 28 de julho.
A mesa redonda “A avaliação da pós-graduação: O lugar das Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas” teve a participação da diretora de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Sônia Nair Báo. “O panorama das humanidades é parecido com o geral. Mas, além do crescimento em números, buscamos estratégias para o aumento da qualidade. Já amadurecemos bastante, mas podemos melhorar. Dentre as responsabilidades que assumimos no Plano Nacional de Pós-graduação, com metas até 2024, já atingimos a quantidade referente à formação de mestres titulados e estamos em 86% no que se refere aos doutores”, revelou Sônia.
Modelo de Avaliação
Apesar de números relevantes, o Brasil perdeu, em 2017, uma posição no ranking de produção científica mundial, passando a ocupar o 14° lugar. Com relação ao impacto, o Brasil ocupa a 24ª posição. “Temos que pensar em estratégias para desenvolver nesse sentido, entre elas, a revisão do modelo de avaliação dos programas de pós-graduação, que são um dos grandes responsáveis pelo crescimento da produção científica no país”, disse a diretora de Avaliação da CAPES.
Durante a exposição, Sônia Báo levantou os quatro pilares que devem ser considerados para a reformulação da Avaliação – a manutenção da qualidade do SNPG, o foco da formação de recursos humanos, o controle do impacto do PPG e a adequação do processo ao tamanho do sistema – e os atores envolvidos: CAPES, comissão do Plano Nacional de Pós-graduação, Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES) e sociedade científica.
Encerrando sua fala, Sônia destacou a necessária mudança de paradigma: “O conhecimento muda, a sociedade muda. Temos que avaliar a produção científica, considerar o impacto da pós-graduação na sociedade e dar maior responsabilidade às instituições. Com tantas mudanças, não podemos fazer o mesmo tipo de avaliação que fizemos há anos”.
Humanas e Sociais Aplicadas
Coordenando a mesa e representando o Fórum de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas (FCHSSA), o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luciano Mendes, falou sobre a importância do debate da questão da avaliação, principalmente no âmbito da área em que atua. “Somos pouco mais de 1/3 do SNPG, mas, no que se refere a bolsas, temos 28% do total. Se falarmos em outros investimentos, temos menos. É preciso discutir as questões de avaliação, pois elas têm impacto direto no financiamento. Temos feito muitas reuniões no âmbito da Reunião Anual da SBPC e outros seminários e essa questão sempre entra em pauta. Temos especificidades na área, mas este assunto é de interesse de todos.”
Também participaram da mesa Lia Zanotta Machado, da Universidade de Brasília (UnB), e Ivan da Costa Marques, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
CAPES na Reunião da SBPC
Até 29 de julho, a CAPES está com estande localizado na ExpoT&C, onde presta informações sobre os diversos programas da Fundação. Também estão acontecendo treinamentos sobre Portal de Periódicos e Recursos Digitais para o Ensino Fundamental.
Nesta quarta-feira, dois treinamentos foram realizados, com a participação de 23 pessoas no total. Confira aqui a programação completa do evento.
(CCS/CAPES)
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