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Diretor fala sobre desafios da EaD em palestra na Câmara dos Deputados
O Diretor de Educação a Distância da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Carlos Lenuzza, participou nesta quarta-feira, 7, do Ciclo de Palestras “Educação em Debate”, promovido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Lenuzza proferiu a palestra “Os desafios da Educação a Distância no Brasil”, dando um panorama da situação atual do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Educação Básica (Proeb) e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), bem como os desafios e ações futuras da Diretoria de Educação a Distância da CAPES com vistas ao aperfeiçoamento e eficiência desses programas.
PROEB
Lenuzza lembrou que os mestrados profissionais, ao serem implantados, estavam condicionados ao recebimento, por parte de cada aluno, de uma bolsa da CAPES, o que acabou inibindo a expansão dos cursos e restringindo a capacidade orçamentária a 3 ou 4 programas. Segundo o diretor, essa situação foi contornada com uma readequação nos critérios de concessão de bolsas. “Implantamos um mecanismo que vai ao encontro da necessidade social e readequamos as bolsas dos cursantes em 30%, tendo como base os aspectos sociais. Com isso, somente em 2017, depois de uma longa espera, conseguimos lançar três novos programas: Educação Física (ProEF); Química (ProfQui) e Biologia (
ProfBio
), preservando todos os demais.”
Outra intervenção citada por Lenuzza no que se refere ao PROEB, será a aferição dos resultados desses programas nos alunos da educação básica atingidos pelo programa. “Não temos dúvida quanto à qualificação dos professores egressos dos mestrados profissionais, ninguém sai pior do que entrou em um mestrado. No entanto, não temos a resposta do impacto que esse professor terá nos alunos, ao fim de seu mestrado. Para isso, mediremos o desempenho desses alunos, desde a entrada do professor no curso até o seu retorno à sala de aula. Começaremos com o Profmat”, explicou.
Sistema UAB
No que concerne à UAB, o diretor apontou a revogação do Decreto 5622/2005 pelo
Decreto N° 9.057/2017
como um passo em direção à modernidade. “No que tange à administração pública, pela primeira vez a modernidade advinda da educação a distância passa a ser reconhecida, que são as bibliotecas e laboratórios virtuais, que hoje passam a fazer parte do rol que poderá integrar os nossos polos, facilitando a ação no interior do país”, disse. Para o diretor, o Grupo de trabalho de institucionalização da UAB – ainda em andamento – também é um passo decisivo para o programa. “A universidade deve enxergar a UAB não somente como fomento público externo, mas também como parte integrante da instituição e de seu quadro docente”, completou.
Desafios
Segundo Lenuzza, a UAB passa pelo problema da alta taxa de evasão dos alunos participantes. Hoje, a cada 10 alunos que se matriculam no sistema, 3 se formam, o que significa uma eficiência de 33% a 34% do programa. “Nosso maior desafio são esses alunos que estão no meio do caminho. Para onde eles estão indo e o que devemos fazer para que eles não se percam. Vamos trabalhar tendo como base esses questionamentos”, ressaltou.
Entre os aspectos apontados pelo diretor como formas de resolução desse problema, estão a melhoria da performance do programa, o monitoramento da qualidade dos cursos, a institucionalização do sistema, a articulação da oferta/demanda com os atores do processo e mobilidade estudantil e portabilidade do curso.
O diretor explica que o primeiro momento do aluno no curso, é o momento decisivo para que ele continue ou desista. “Estamos trabalhando ainda na elaboração de um módulo de acolhimento ao aluno, de modo que nos três primeiros meses de aula ele se dedique unicamente a se familiarizar com o ambiente virtual e com noções de linguagem e matemática, por serem as áreas mais deficitárias nos docentes da educação básica. Essa será uma das principais atividades que contribuirão com a redução da evasão”, afirmou.
UAB
Criado em 2005, o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos estados, municípios e do Distrito Federal. Hoje, o Sistema é coordenado pela Diretoria de Educação a Distância (DED) da CAPES.
Além de coordenar o Sistema UAB, a DED/CAPES é responsável pela gestão do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Educação Básica (PROEB). Atualmente, são ofertados mestrados profissionais em rede nacional no formato semipresencial voltados a professores da educação básica nas áreas de: Matemática ( Profmat ); Letras ( Profletras ); Ensino de Física – MNPEF ( ProFis ); Artes ( ProfArtes ); História ( ProfHistória ); Educação Física (ProEF); Química (ProfQui); Filosofia (Prof-Filo); e Biologia ( ProfBio ).
Também são ofertados neste mesmo formato os cursos em Administração Pública (ProfiAP); em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos ( ProfÁgua ); e em Ensino de Ciências Ambientais (ProfCiamb).
(Gisele Novais)