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Cosmético é criado a partir do resíduo de sisal
Uma pesquisa realizada por Stella Maria Andrade Gomes Barreto, doutoranda em Farmácia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/ CAPES) transformou os resíduos do processamento das folhas de sisal, um tipo de planta da caatinga brasileira, em um composto nanotecnológico de aplicação cosmética. A invenção tem ação hidratante, antioxidante e previne os sinais de envelhecimento precoce da pele.
Qual o objetivo da sua pesquisa?
Mostrar o potencial de um resíduo agroindustrial, abundante na região da caatinga brasileira, como uma nova fonte de matéria-prima, de origem natural, para a indústria cosmética. Além de proporcionar uma via alternativa e sustentável ao uso de produtos sintéticos e semissintéticos para o setor cosmético.
O que seria essa tecnologia?
A nossa tecnologia foi baseada em um processo extrativo, com base no reuso do subproduto da indústria do sisal, para a produção de uma formulação nanotecnológica contendo uma fração rica em polissacarídeos, moléculas presentes nas plantas, constituídas de açúcares livres que desempenham atividade comprovada na manutenção da água na pele ou atuando contra radicais livres.
A fração obtida, por apresentar uma grande quantidade de polissacarídeos em sua composição, torna-se um material que apresenta boa atividade antioxidante. Sendo assim, a nossa tecnologia tem capacidade para ser utilizada como um ativo cosmético com a finalidade de prevenção do envelhecimento cutâneo.
Como foi feita a pesquisa?
A partir do resíduo agroindustrial do sisal, por meio de processos extrativos foi obtida uma fração rica em polissacarídeos. Em seguida, essa fração foi avaliada quanto à sua segurança, bem como quanto à sua eficácia como um ativo antioxidante, por meio de inúmeros testes
in vitro
e
in vivo
. Por fim, essa fração foi incorporada a uma nanoemulsão previamente desenvolvida para compor uma nova formulação e, consequentemente, sua estabilidade, avaliada ao longo do tempo.
Quais foram os resultados?
A fração obtida demonstrou ser segura e não tóxica, além de sua eficácia antioxidante ter sido comprovada pelos testes realizados. Além disso, a formulação desenvolvida apresentou estabilidade ao longo do tempo, assegurando a possibilidade de utilização dessa formulação como um produto para prevenção dos sinais do envelhecimento da pele.
O que podemos destacar?
A nossa tecnologia apresentou resultados excelentes, destacando-se a alta capacidade antioxidante para um subproduto de origem natural. Além disso, nossa pesquisa abre portas para uma nova perspectiva na busca por novas fontes de matéria-prima de origem natural e sustentável, na medida em que torna um material de descarte em um produto com alto valor agregado.
O que o seu estudo traz de diferente da literatura?
A literatura trouxe a composição química e o potencial desse resíduo como um bioativo, no entanto, não existiam relatos para a avaliação da segurança e a eficácia como uma matéria-prima para cuidados da pele.
Qual a destinação dessa formulação?
Ela é destinada tanto para consumidores finais, como para empresas produtoras de matéria-prima para o mercado cosmético. Dessa forma, pode-se contribuir com o desenvolvimento sustentável da região e de pessoas que vivem em torno da cadeia produtiva do sisal.
O que ela traz de bom para a sociedade?
A transformação de um material de descarte agroindustrial em uma nova matéria-prima para a indústria vai contribuir com o desenvolvimento sustentável da região, em especial a população que vive da agricultura familiar, melhorando a perspectiva econômica para as famílias, podendo dessa forma promover o desenvolvimento socioeconômico e regional.
O estudo já recebeu alguma premiação, publicação ou patente?
Parte desse trabalho recebeu premiação como melhor trabalho no 32° Congresso Brasileiro de Cosmetologia (2020). Foi publicado no jornal
biomolecules com
Fator de impacto=6,064 (doi:10.3390/biom10101435). Além disso, possui carta patente para a formulação desenvolvida.
Como a sua pesquisa pode ser aplicada?
Com a patente concedida, essa pesquisa pode chegar ao mercado cosmético e alcançar a nova demanda de consumidor, que anseia por novos produtos, naturais e preocupados com meio ambiente. Além disso a composição cosmética pode gerar interesse de empresas de produção de matéria-prima para o setor.
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Cosmético é criado a partir do resíduo de sisal
(Foto:
Arquivo pessoal
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Imagem 2:
Stella Maria Andrade Gomes Barreto, doutoranda em Farmácia CAPES/UFRN
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 3:
UFRN recebe patenteamento de tecnologia que utiliza resíduo de sisal
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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