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FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Coordenadores do ProEB debatem desafios da educação básica
O Fórum Nacional dos Coordenadores de Redes do Programa Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB) foi concluído na quinta-feira, dia 5. Reunidos na sede da CAPES, em Brasília, os gestores debateram os desafios da produção e difusão do conhecimento para a educação básica.
Semestral, a reunião ocorreu pela segunda vez em 2024, primeiro ano completo em que todos os cursos relacionados ao ProEB estavam agrupados na mesma área de avaliação: Ciências e Humanidades para a Educação Básica. Três diretores da Fundação participaram.
O presidente substituto da CAPES, Antonio Gomes de Souza Filho, falou que a atenção à educação básica deveria ser um dos pilares da atualidade do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). “Um dos movimentos necessários é a ampliação e o fortalecimento de formação de professores da educação básica. Ter só 3% desses docentes com mestrado é um número muito baixo”, ressaltou o também diretor de Avaliação da Fundação.
O encontro serviu para ajustar os aspectos relativos à execução do Programa e dos cursos com as propostas. Alguns temas discutidos foram ética na pesquisa, ciência aberta e inteligência artificial. “Precisamos discutir composições curriculares e percursos formativos. E refletir sobre o quanto esse tipo de programa, executado em rede, mostra para a pós-graduação como o conhecimento é construído nas escolas e pelas/os professoras/es”, afirmou o diretor de Educação a Distância da CAPES, Antônio Amorim.
Já a diretora de Formação de Professores da Educação Básica, Marcia Serra Ferreira, realizou a primeira apresentação do encontro: “Currículo e formação de professores”. Nela, a gestora propôs reflexões sobre o que e como se ensina no Brasil. “Quando falamos de currículo, falamos das relações entre conhecimento e poder, o que significa que não há neutralidade naquilo que escolhemos ensinar na formação de professores e na educação básica”, observou.
Em seguida, a diretora levantou questões sobre a estrutura curricular. “Por que certos conhecimentos precisam lutar para estar no currículo, enquanto outros têm força para permanecerem estáveis? Por que é preciso haver uma lei, por exemplo, que nos ‘obriga’ a ensinar conhecimentos historicamente ausentes dos currículos, como a História da África e dos africanos no Brasil? Que efeitos têm, em uma sociedade como a nossa, a ausência desses conhecimentos nos currículos do ensino e da formação de professores?”, indagou.
A partir de questões como essas, Marcia Serra Ferreira concluiu que o ProEB “tem muito a nos ajudar na formulação de políticas para o enfrentamento dos desafios imensos que esse país tem na formação de professores”. A mediadora da mesa de abertura, a coordenadora da área de Ciências e Humanidades para a Educação Básica junto à CAPES, Antônia Pereira, destacou que era “necessário debater temas como ética na pesquisa e inteligência artificial”.
Sobre o ProEB
O Programa Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB) proporciona a formação continuada stricto sensu profissional aos professores em exercício na rede pública de educação básica, com aulas semipresenciais. O Programa, criado em 2011, apoia as instituições associadas responsáveis pela implantação e execução de cursos com áreas de concentração e temáticas vinculadas diretamente à melhoria da Educação Básica, em todo território nacional. Atualmente, há mais de 13 mil alunos matriculados.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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