Notícias
BOLSISTA EM DESTAQUE
Consciência ambiental é meta de bolsista
Doutoranda em Ciências Ambientais e mestra em Ambiente e Sociedade pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Denise Oliveira Dias construiu sua trajetória acadêmica na Educação Ambiental, no Direito Ambiental e no estudo da Fronteira Agrícola no Brasil. Bolsista CAPES no doutorado e no mestrado, ela foi Destaque do Quadriênio de 2017-2021 no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e é autora de trabalhos sobre educação ambiental e do livro O Resgate do Jabuti Jurandir.
A sua formação básica é na área do Direito, mas podemos dizer que sua paixão é pela Educação e pela Legislação Ambiental?
Com certeza! Eu cursei a graduação em Direito porque me interesso muito pela teoria jurídica, mas a prática não me cativa tanto. Minha vocação sempre foi a pesquisa e a docência. Meu sonho sempre foi ser uma professora. Sou filha de professora e boa parte da minha família trabalha com a área da educação, inclusive meu pai, que é motorista e leva crianças que moram na zona rural para as escolas rurais.
Com o tempo, minha meta passou a ser entrar num mestrado. Depois de um ano de graduada entrei no mestrado em Ambiente e Sociedade na UEG e meu orientador foi o professor Hamilton Afonso de Oliveira, historiador, que me ensinou muito sobre a história ambiental. Então eu percebi que os estudos sobre meio ambiente poderiam ir muito além da análise seca da lei.
Então conjugando esses conhecimentos, acabei conhecendo autores e outros professores que foram essenciais na minha formação e me envolvendo com a Educação Ambiental que, a meu ver, é uma maneira de traduzir o conhecimento acadêmico sobre legislação e meio ambiente para as pessoas que estão fora da academia.
Então comecei a trabalhar no livro O Resgate do Jabuti Jurandir com a intenção de tornar acessível às crianças o ensinamento sobre adoção de animais silvestres, características do cerrado, animais em extinção e a atuação do Ibama.
Qual a sua relação com a educação ambiental?
Meu interesse na educação ambiental começou com um projeto de extensão que participei, quando aluna de mestrado na Universidade Estadual de Goiás, chamado Educação Ambiental: Escola x Vida em uma abordagem interdisciplinar.
Nesse projeto de extensão o objetivo era fazer com que a educação ambiental fosse algo levado para fora das paredes da universidade, através do conhecimento interdisciplinar, com o propósito da educação ambiental alcançar tanto estudantes, professores, quanto pessoas sem conhecimento acadêmico, de forma que fosse o mais acessível possível, a fim de fazer com a educação ambiental fosse parte da vida das pessoas da comunidade. A partir de então, comecei a pensar sobre educação ambiental numa perspectiva de torná-la cada vez mais acessível e prática.
Sua proposta é despertar as pessoas para a consciência ambiental?
Meu foco é fazer esse conhecimento sobre meio ambiente e legislação acessível às pessoas, para que tanto acadêmicos quanto leigos possam compreender a importância da conservação ambiental. Além de trabalhar com essas temáticas da educação ambiental na legislação, tento trazer sempre o cerrado para a discussão dos meus trabalhos, porque esse bioma tem sido devastado pela ação antrópica e muitas vezes isso é desconhecido da comunidade. Meu objetivo principal ao estudar e escrever sobre esse tema é fazer com que a educação ambiental seja uma prática de vida.
E o livro sobre educação ambiental para crianças?
Penso que é de extrema importância ensinar as crianças sobre educação ambiental e legislação de uma forma que seja divertida e natural para elas. Então, pensei em escrever uma história lúdica sobre um animal que vivesse no cerrado e, através da história desse animal, contar como funciona a adoção de animais silvestres no Brasil. O desrespeito aos animais, e ao meio ambiente de forma geral, sempre me incomodou muito. Então quis ensinar, através de uma história simples para as crianças, a importância de não tirar os animais do seu habitat.
E como é a história do Jabuti Jurandir?
O Jurandir é um jabuti-piranga, que mora na floresta de árvores retorcidas (cerrado). Ele usa um chapéu de buriti e uma bengala feita de pau amarelo. Um dia, ele é capturado e levado para um cativeiro ilegal de animais silvestres. Lá ele faz amizade com uma onça pintada, um tamanduá bandeira e duas araras azuis. Depois de um tempo no cativeiro, ele é comprado. E fica muito infeliz, porque está longe de casa e sente saudade dos amigos. Margot, uma gatinha, ajuda o Jabuti Jurandir e resgatar seus amigos no cativeiro e, através da atuação do Ibama, todos os animais capturados ilegalmente são reintroduzidos na natureza.
Quais foram os focos da sua pós-graduação?
No mestrado foi estudar como a função social da propriedade rural pode ser compreendida, a partir da interpretação legislativa, como uma função socioambiental, ou seja, que aborde também a questão da conservação ambiental. Já no doutorado é estudar como o Estado atua no processo da expansão da fronteira agrícola. Analisamos desde 1937 (Política da Marcha para o Oeste) até o atual governo.
Qual a importância da CAPES para sua trajetória acadêmica?
Fundamental. Sem a bolsa, não conseguiria finalizar o mestrado, porque teria que trabalhar para me manter. No doutorado, a bolsa permite que eu possa ter dedicação exclusiva ao curso, o que faz toda a diferença na qualidade da produção científica.
Legenda das imagens:
Banner:
Imagem ilustrativa
(Foto: iStock/Chinnapong)
Imagem 1:
História do Jabuti Jurandir ensina a importância de não tirar os animais do seu habitat natural
(Foto:
Arquivo pessoal
)
Imagem 2:
Denise Oliveira Dias é doutoranda em Ciências Ambientais e mestra em Ambiente e Sociedade pela Universidade Federal de Goiás - UFG
(Foto:
Arquivo pessoal
)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CCS/CAPES