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Comissão discute formação de recursos humanos para a ciência
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, participou nesta quarta-feira, 29, de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado. A audiência, requerida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), faz parte da avaliação de políticas públicas prevista em resolução do Senado e deu destaque à formação de recursos humanos para ciência, tecnologia e inovação (CT&I), com enfoque no programa Ciência sem Fronteiras (CsF).
Jorge Guimarães apresentou dados do CsF e falou sobre outras ações da Capes voltadas para o desenvolvimento educacional, como programas voltados para a educação básica, parcerias estratégicas, Portal de Periódicos, entre outros. "Além do Ciência sem Fronteiras, existe muito mais coisa sendo feita para a formação de recursos humanos."
Durante sua apresentação, o presidente da Capes reforçou que, para que o país possa se desenvolver, é necessária uma aplicação maior do Produto Interno Bruto (PIB) nas áreas tecnológicas e de inovação. "Aplicar 1,1% do PIB é muito pouco. Insisto que, se um país não aplica pelo menos 2% do PIB nestas áreas, fica difícil atingir um desenvolvimento considerado necessário. Também é preciso que as empresas se envolvam mais no processo. Atualmente, a grande maioria do PIB aplicado é proveniente do Governo e de empresas públicas", finalizou.
A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, falou sobre a boa qualidade das universidades brasileiras, porém ressaltou a necessidade de atualização do sistema educacional. "As universidades são boas, mas estão defasadas. Neste sentido, destaco as contribuições trazidas pelo Ciência sem Fronteiras. É preciso fazer uma revolução no cenário. Hoje em dia, as cargas horárias dos cursos são altas e o aluno acha que o lugar de aprender é somente dentro da sala de aula. Os alunos que vão ao exterior trazem de lá uma realidade diferente, que ajudará na reformulação de nossas universidades."
Isaac Roitman, professor da Universidade de Brasília (UnB) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), apresentou sugestões para o programa Ciência sem Fronteiras e destacou a importância do tema discutido na audiência. "A ciência é o melhor caminho para se entender o mundo. O conhecimento científico é o capital do mundo civilizado, portanto, investir em ciência e tecnologia é investir também na qualidade de vida. Assim, é preciso investir na formação de cientistas a partir do ensino básico, tanto por meio da formação de professores qualificados quanto pelo aumento da qualidade no ensino de ciências. A base da pós-graduação começa na iniciação científica."
Também participou da discussão o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich.