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Combate à dengue deve passar por acompanhamento de RNA
Biomédico pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Caio Souza estuda o vírus da dengue no Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP). Ele explica que a dengue é o arbovírus de maior relevância no mundo e se tornou, no Brasil, um problema de saúde constante. Em sua visão, a COVID-19 ensinou que a solução para o combate e controle da doença passa pela vigilância genômica de um país.
Porque você considera a dengue o arbovírus de maior relevância no mundo?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a dengue está presente na maior parte do globo terrestre, principalmente nas faixas tropicais e subtropicais. Estima-se que, anualmente, 3,5 bilhões de pessoas estejam em situação de risco de serem infectadas pelo vírus. Este número, por si só, mostra o patamar de impacto que este vírus tem sobre o planeta e a preocupação que a sociedade deve ter com ele.
Qual a origem da dengue, como é transmitida e qual o grau de mortalidade?
Existem hipóteses de que a dengue tenha surgido na África ou na Ásia, vinda de um ciclo derivado dos macacos para os seres humanos. O ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito
Aedes Aegypti
ao sugar o sangue de uma pessoa que esteja contaminada com a doença, passe o vírus para outras pessoas. O principal impacto disso é que, como moramos em uma país tropical, este é um fator decisivo que colabora para a sua proliferação. Querendo ou não o mosquito se replica em climas quentes e úmidos e o nosso país é um prato cheio para isto. E a gente vê que no verão aumenta expressivamente a disseminação dos casos e, consequentemente, cresce a mortalidade.
Como a ciência pode ajudar a controlar ou reduzir o impacto da dengue no País?
O principal ponto é que a dengue é uma doença antiga no Brasil e continua sempre sendo um fator de impacto etiológico significativo. Então, acredito que os esforços feitos para se estudar o vírus da dengue são essenciais para se entender o porquê ele permanece por tanto tempo sendo um problema tão sério e, com isso, eventualmente, chegar a soluções. No final das contas, o principal papel de se estudar esta doença é descobrir um modo da população se proteger contra ela.
A dengue é a nossa nova COVID-19?
Acho que a dengue é uma preocupação a mais, mas não nova. Se nós pegarmos os números recentes, de 2015 ou 2016, o nosso País sempre tem um grande número de casos notificados. Então, eu acho que junto com a COVID-19, a gente tem a dengue voltando a ser noticiada e notificada, sendo reinserida na pauta da sociedade. Infelizmente, acho que a COVID-19 e a dengue são duas condições que andam de mãos dadas, assim como muitas outras.
A experiência com a COVID-19 pode ser usada para combater a dengue?
Na minha visão, e a partir da minha pesquisa, acho que a vigilância genômica é algo que, dentro de toda aquela realidade ruim que foi gerada durante a COVID-19, podemos considerar que tiramos algo positivo daquela situação. Nosso País tem total capacidade de fazer vigilância genômica, entender o que está acontecendo, estudar melhor o agente viral, ou, enfim, qualquer outro agente que possa aparecer, e fazendo isso, entender o porquê de nossa situação estar dessa forma, o que pode vir a acontecer com base nas experiências passadas e, principalmente, somando isto tudo, como poderemos agir contra a dengue.
Nossos centros de pesquisa estão preparados para isso?
Nossos centros de estudo têm total capacidade de compreender o que acontece com o vírus ou qualquer outro agente que possa vir a acometer o País. A gente viu, na COVID-19, que estudar o RNA ou o DNA de uma agente etiológico é capaz de nos dar muitas respostas, principalmente sobre aquilo que está acontecendo com a população, aquilo que pode vir a acontecer e, com base nisso tudo, como reagir ao que está acontecendo.
Qual a importância da CAPES para sua trajetória acadêmica?
A CAPES vem sendo fundamental em minha trajetória. O fomento à pesquisa permite que eu me dedique exclusivamente ao meu projeto, extraindo o máximo da pós-graduação.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1: Caio Souza,Biomédico pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU (Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2: Pesquisador acredita que estudos sobre RNA e DNA são fundamentais para solucionar a doença
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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