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Ciência precisa de investimentos públicos e privados, destaca CAPES
O Brasil tinha 42 universidades federais e 121 campi em 2002 e hoje tem 69 e 314, respectivamente. Esse crescimento da academia no século 21 acentuou um dado: 95% da ciência brasileira é realizada nas instituições de ensino superior. Para promover a neoindustrialização, porém, é necessário maior aporte das empresas.
Os dados foram apresentados por Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, na Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Goiás nessa quinta-feira, 21 de março. O evento é parte de uma série de encontros pelos estados de todo o País que antecedem reuniões regionais, em abril, e a fase final, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, entre os dias 4 e 6 de junho.
O Brasil se prepara, 14 anos depois da última conferência, para o maior encontro do tipo, organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). E o objetivo é estabelecer uma estratégia nacional que faça o País avançar e deixar de ter uma economia baseada na extração de recursos naturais para ter valor agregado e ser um produtor e exportador de conhecimento.
“A maior parte do investimento é pública, mas as empresas precisam caminhar junto, contratando nossos doutores”, disse a presidente da CAPES, ao observar que a maior parte dos doutores do Brasil está na educação. E, com isso, a transferência do conhecimento fica limitada. Um exemplo dado pela gestora foi a vacina anti-COVID-19 produzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), SpiN-TEC MCTI UFMG, que precisou ser envasada no exterior, apesar de haver um centro de produção de imunizantes na instituição de ensino.
Ao mesmo tempo, observou a gestora, o Poder público deve continuar a retomar o investimento em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil chegou a destinar mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em ciência em 2015. Esse porcentual decresceu. Com o objetivo de se reindustrializar, tem voltado a aumentar o montante. Exemplo disso foi o reajuste das bolsas de pós-graduação depois de 10 anos sem aumentos. E é preciso dar continuidade. “Precisamos promover maior acesso e permanência dos brasileiros e brasileiras à educação superior”, disse a presidente da CAPES, que observou que 23% dos cidadãos de 25 a 34 anos do País são graduados.
A conferência ocorreu na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). A presidente da CAPES participou por videoconferência do encontro, que contou com a presença de representantes da própria instituição, das Universidades Estadual e Federal de Goiás, do governo local e do MCTI.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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