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Capes reúne novamente grupo de trabalho para discutir a formação de engenheiros
Nesta segunda-feira, 14, realizou-se na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) a primeira reunião de 2011 do Grupo de Trabalho GT-Engenharias, instituído em fevereiro de 2010. Composto por representantes da comunidade acadêmica, de agências de fomento e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) o grupo tem como missão principal analisar a situação da formação de engenheiros no Brasil e propor medidas visando a melhoria quantitativa e qualitativa de sua formação.
O GT-Engenharias constatou, a partir da base de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que os índices de titulação nas engenharias atingiam, em 2008, 35% nas instituições de ensino superior (IES) públicas e 25% nas IES particulares, caracterizando elevada evasão. Outro dado preocupante revela que, naquele ano, cerca de 90 mil vagas em engenharia oferecidas no vestibular não foram sequer ocupadas. Tais índices são incompatíveis com o crescimento sustentável do país.
Comparativamente, no grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil forma menos engenheiros por ano: cerca de 40 mil (incluindo tecnólogos e habilitações em construção civil, produção e meio ambiente), diante de 650 mil na China, 220 mil na Índia e 190 mil na Rússia (dados de 2009).
Estima-se que, para cada milhão de dólares investido (por exemplo, no PAC, Pré-Sal, Copa do Mundo, Olimpíadas, etc.), o mercado demanda um novo engenheiro. Portanto, para sustentar um crescimento do PIB da ordem de 5% ao ano, seria necessário aumentar em 21% a formação anual destes profissionais e, em 41%, caso este crescimento atinja 7%.
O Grupo de Trabalho preparou proposta de decreto para implantar o Programa Pró-Engenharias, pelo qual a Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concederiam bolsas de estudo e pesquisa, e promoveriam ações de apoio visando reduzir a ociosidade de vagas disponíveis e a evasão.
Este Programa constitui instrumento estratégico para viabilizar o aumento da competitividade e produtividade da economia nacional. Sua efetivação contribuiria para dinamizar a política de desenvolvimento produtivo e a cadeia tecnológica, agregando valor aos bens e serviços, e para concretizar a oportunidade de crescimento do país no limiar desta nova década, a melhor em toda sua história.