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LETRAMENTO
CAPES promove palestras sobre direitos humanos
Com a proposta de apresentar reflexões e diferentes pontos de vista sobre a garantia dos direitos humanos, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) ofereceu a servidores e a colaboradores, na segunda-feira, 12 de agosto, a palestra Letramento sobre direitos humanos e prevenção à descriminalização: capacitismo, racismo e violência de gênero. O evento foi organizado pela Ouvidoria e pela Corregedoria da CAPES, como unidades-membros do Comitê Técnico da Integridade da Fundação (CTI /CAPES).
Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, abriu o evento destacando que em pleno século XXI, urge à sociedade não esquecer sobre o letramento em direitos humanos. A gestora traçou um panorama sobre como a sociedade se organizou, destacando a importância de se construir uma sociedade que pense coletivamente. Denise também criticou grupos que defendem abordagens individualistas, como os antivacina. “Que a coletividade seja o motor dos próximos anos”, ressaltou.
Reonauto da Silva Souza Junior, corregedor da CAPES, falou que a construção de um ambiente saudável de trabalho “passa, entre outras coisas, pelo respeito à diversidade e às individualidades”. Para isso, chamou atenção especial das lideranças da Fundação por suas responsabilidades nesse processo. Daniella Toscano, ouvidora da CAPES, explicou que a intenção do evento foi trazer outros de vista “necessários para nós, enquanto servidores e enquanto sociedade”.
Capacitismo
Anna Paula Feminella, secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, compartilhou a sua história pessoal, destacando que se tornou uma mulher com deficiência aos 31 anos. A palestrante disse que consegue comparar a “Ana com e sem deficiência” e os diversos lugares que ocupou na sociedade.
Anna mencionou que, pela PNAD de 2022, há 18,6 milhões de pessoas no Brasil com algum tipo de deficiência, representando 8,9% de toda a população, a maioria mulheres. A especialista apresentou conceitos sobre deficiência, acessibilidade e tecnologia assistiva (como o uso de celulares e aplicativos que auxiliam pessoas com deficiência). Também falou sobre o conceito de “corponormativiade”, segundo o qual há um corpo ideal do qual quem se distancia do padrão acaba sofrendo preconceito. Para ela, eventos como este promovido pela CAPES, são importantes para que a sociedade saiba reconhecer situações de capacitismo. Para ver a apresentação completa, clique aqui.
Racismo
Cristiane Pereira, coordenadora da Ouvidoria do Ministério da Igualdade Racial, contou sobre a origem das políticas públicas brasileiras para igualdade racial. Ela falou sobre a percepção de boa parte do povo brasileiro, que ainda acredita não haver racismo no Brasil, “porque somos um País bastante miscigenado e temos a impressão de sermos amorosos com as nossas raças”, explicou. A especialista citou uma frase da banda Racionais MCs, “me ver preso, pobre ou morto já é cultural”, para mostrar a existência de um lugar imposto aos negros. A palestrante apresentou uma escala de conceitos como preconceito racial, discriminação racional e injuria racial, que culminam no racismo.
Pereira falou, ainda, sobre os reflexos do racismo no espelho social, com relação à percepção de trabalho e de gênero, destacando que as mulheres negras são o grupo que sofre os maiores preconceitos. Lembrando três casos em que pessoas negras foram assassinadas, Cristiane declarou que “combater o racismo é falar sobre combater a morte”. Em recado para as ouvidorias, enfatizou que é preciso utilizar marcos legais, pesquisas e estudos no combate ao racismo, além de oferecer assistência humanizada a quem precisa de ajuda. Para ver a apresentação completa, clique aqui.
LGBTQIA+fobia
Anderson Cavichioli, delegado da Polícia Civil e conselheiro Nacional dos Direitos e Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, falou sobre violências de gênero e trouxe, em sua fala, diversos casos vivenciados. O delegado conceituou o termo “violência de gênero” e citou casos concretos de violência que, muitas vezes, as mulheres não notam, “mas estão presente no dia a dia, como a violência psicológica”.
Ao mencionar formas de atender ou resolver casos que envolvem violência, chamou atenção para a importância de se considerar a interseccionalidade em cada caso. Isso significa que é preciso levar em conta a especificidade de cada atendimento, como a origem, a questão financeira, questões de raça e de convicções preestabelecidas. Anderson ressaltou que atendimento humanizado é aquele livre de estereótipos”. Por fim, esclareceu sobre questões ligadas à comunidade LGBTQIA+, como nomenclaturas e conceitos. Para ver a apresentação completa, clique aqui.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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