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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
CAPES participa de workshop sobre desastres ambientais
A ciência e a educação são fundamentais no enfrentamento às mudanças climáticas. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) promoveu workshop nesta quarta-feira, 17 de maio, para debater como a pesquisa e o ensino sobre a ciência de desastres ambientais podem ser úteis para refinar a percepção da sociedade sobre os riscos atrelados ao rápido aumento médio das temperaturas vigente.
A CAPES participou de uma das mesas redondas. Cientistas envolvidos com a temática debateram diferentes aspectos da situação, como os riscos para a vida das pessoas e os prejuízos estruturais e financeiros. Ao final, foi feita uma reflexão sobre as possibilidades de se minimizar os impactos para a geração mais nova, que será mais afetada pelas consequências nos médio e longo prazos.
Mercedes Bustamante, presidente da Fundação, foi revisora-editora do Relatório Síntese do Sexto Ciclo de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Entre outras informações, o documento alertou para o fato de que o mundo deve chegar a um aumento médio global das temperaturas de 1,5ºC já no início dos anos 2030, ou seja, dez anos antes do ponto médio da projeção anterior, que indicava que o patamar seria alcançado entre 2030 e 2050. “A evidência é clara: o tempo para ação é agora”, disse a cientista, citando o texto do relatório.
A gestora da CAPES listou alguns riscos: a aceleração das mudanças climáticas favorece a ocorrência de eventos extremos (como tempestades, enchentes, secas prolongadas e deslizamentos) de forma simultânea em todo o mundo. Na América do Sul, há projeções de aumento de secas e clima para incêndios já em meados do século 21. No Brasil, destaca-se o impacto esperado em hidrelétricas da Amazônia e já há cálculos de perdas financeiras nos sistemas de abastecimento do Rio de Janeiro e de São Paulo no valor de R$ 35 bilhões cada.
Outro ponto trazido pelo relatório, porém, é que a ciência já desenvolveu tecnologias capazes de mudar esse panorama. É preciso formar cada vez mais pesquisadores, cientistas e profissionais para atuar no ramo. Bustamante deu destaque em sua apresentação ao Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) – Emergências Climáticas, pelo qual a CAPES apoia 12 projetos com linhas de pesquisa voltadas para conservação da biodiversidade, políticas públicas preventivas e assistenciais, impactos sobre a organização social e a saúde pública, consequências na natureza, entre outros temas. São oferecidas 72 bolsas.
O Cemaden, por sua vez, criou, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), o primeiro programa acadêmico do Brasil específico para a área: o Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais, iniciado em 2019. A iniciativa conta com 68 alunos. São cerca de 15 mestres titulados e um doutor. “O programa traz uma oportunidade para o País entender melhor os desastres que ocorrem, por que ocorreram, quais as regionalidades e como poderemos nos preparar para um futuro próximo”, afirma Enner Alcântara, coordenador do PPG.
Sobre o Cemaden
Criado em 2011, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais é um órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O principal papel da instituição, como descrito em sua página na internet, é monitorar e emitir alertas sobre desastres ambientais para salvar vidas e diminuir a vulnerabilidade social, ambiental e econômica decorrentes desses eventos.
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da reunião (Foto: Divulgação)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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