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REPARAÇÃO
CAPES participa da celebração de retorno do manto Tupinambá ao Brasil
Uma grande cerimônia realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 12 de setembro, celebrou o retorno do manto sagrado Tupinambá de Olivença ao Brasil. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representantes do governo, lideranças indígenas, membros do corpo acadêmico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outras autoridades brasileiras.
Para Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, que participou do evento, o retorno do Manto Sagrado Tupinambá significa uma reparação histórica. “É uma peça que pertence ao nosso povo originário e havia sido levada do País sem permissão, que é uma das marcas do processo de colonização dos países”, disse. A peça retornou do Museu Nacional da Dinamarca no dia 11 de julho e está instalado em uma sala da Biblioteca Central do Museu Nacional.
O presidente Lula destacou que é significativo e belo compreender o verdadeiro significado do manto, que, para os tupinambás, é uma entidade espiritual destinada à reafirmação de seu povo. O mandatário do país também falou sobre as ações do governo voltadas para os povos indígenas e enfatizou que o retorno do manto representa uma nova era de conquista de direitos. "A recuperação de uma história apagada que precisa ser contada e preservada", falou.
A devolução contou com a articulação entre instituições do Brasil e da Dinamarca, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil na Dinamarca, museus de ambos os países e lideranças do povo Tupinambá. “A repatriação tem um significado simbólico e especial no processo de colonização, fortalecendo a identidade e a cultura do nosso país”, afirmou Denise.
Para assistir à cerimônia na íntegra, acesso a página da Presidência do Brasil no Youtube.
Manto tupinambá
O manto tupinambá tem 1,80m de altura e é adornado com milhares de penas vermelhas de pássaros guará. Estava guardado junto a outros quatro mantos no Museu Nacional da Dinamarca. Chegou a Copenhague em 1689, mas foi provavelmente produzido quase um século antes.
Artefatos tupis foram levados à Europa desde a primeira viagem portuguesa ao Brasil, e o processo continuou ao longo das décadas seguintes, como evidências da “descoberta” do novo território e como itens valiosos para as coleções europeias.
Outros dez mantos semelhantes, também confeccionados com penas de guará, permanecem expatriados em museus europeus, de acordo com um levantamento feito pela pesquisadora norte-americana Amy Buono, da Universidade de Chapman.
No Museu Nacional da Dinamarca, existem outros quatro mantos além do que foi devolvido ao Brasil. O Museu de História Natural da Universidade de Florença (Itália) possui dois mantos. Também há mantos tupinambás guardados no Museu das Culturas, em Basileia (Suíça); no Museu Real de Arte e História, em Bruxelas (Bélgica); no Museu do Quai Branly, em Paris (França); e na Biblioteca Ambrosiana de Milão (Itália).
A doação do manto foi anunciada em junho de 2023, depois de cerca de um ano de negociações entre as instituições do Brasil e da Dinamarca. A peça chegou ao Brasil no dia 11 de julho deste ano.
Um cronograma de celebrações foi organizado para o retorno do manto. Lideranças espirituais tupinambás e pajés fizeram atividades de acolhimento, proteção e bênçãos ao manto sagrado. Durante três dias, os indígenas ficaram em vigília nos arredores do Museu Nacional.
Com informações da Agência Brasil.
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(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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