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CAPES investe R$2,6 milhões em pesquisa na Antártica
Com o objetivo de promover a pesquisa científica, tecnológica e de inovação, e a formação de recursos humanos, a CAPES está investindo R$2.624.400,00 no Programa Antártico Brasileiro (ProAntar). Os recursos vão contribuir para entender a relevância da região para o clima e abrir oportunidades para que o País tenha mais pesquisadores vinculados a estudos sobre a região do extremo sul do planeta.
A iniciativa é desenvolvida em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, em acordo assinado em 2018 para vigorar até 2023, num valor total de R$18 milhões. Com os recursos da CAPES, são financiados 15 projetos de pesquisa com a concessão de 48 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
No ano passado, a CAPES destinou R$578,8 mil ao programa e, em 2020, serão investidos mais R$850 mil. “Esse investimento é um grande incentivo para a formação de recursos humanos para a pesquisa na Antártica. Assim, podemos formar uma nova geração de cientistas que muito contribuirá com o País e para a inserção do Brasil no exterior”, afirma Anderson Correia, presidente da CAPES.
Um dos selecionados, o Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) inicia o trabalho de campo em fevereiro. Os pesquisadores irão estudar, durante três anos, os processos de ventilação oceânica e o ciclo de carbono na Antártica. “No entorno do continente é formado um grande volume de água com forte relação com o clima. Queremos analisar, por exemplo, aspectos biológicos e químicos na área e como isso contribui na previsão do tempo”, descreve o professor Maurício Magalhães Mata, que coordena o projeto, que envolve vários bolsistas financiados pela CAPES. “Estamos formando novos pesquisadores”.
Outro projeto, que vai estudar uma geleira específica do continente, está sendo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), que irão à Antártica a partir de dezembro. “Vamos analisar a cobertura do gelo acoplada a uma rocha e acompanhar a dinâmica do descongelamento”, comenta Jandyr de Menezes Travassos, que coordena o trabalho. “Precisamos ter mais gente com conhecimento nesta temática, estudando o assunto, pois é um continente que regula o clima”, argumenta o professor ao defender o investimento neste tipo de pesquisa.
As pesquisas financiadas seguem nove eixos:
- Papel da criosfera no sistema terrestre e as interações com a América do Sul.
- Dinâmica da alta atmosfera na Antártica, interações com o geoespaço e conexões com a América do Sul.
- Mudanças climáticas e o Oceano Austral.
- Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos, suas conexões com a América do Sul e mudanças climáticas.
- Geodinâmica e história geológica da Antártica e suas relações com a América do Sul.
- Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha.
- Ciências humanas e sociais.
- Biologia humana e medicina polar.
- Inovação em novas tecnologias.
Nova estação de pesquisa
Nesta quarta-feira, 15, o Governo Federal inaugura as novas instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, um conjunto de laboratórios para a realização das pesquisas brasileiras na Antártica. A nova unidade substitui a anterior destruído por um incêndio há oito anos.
O Proantar foi criado em 1982 e colocou o Brasil no grupo de 29 países que definem o futuro da Antártica e do Oceano Austral. O objetivo do programa é ampliar o conhecimento científico no continente para compreender os fenômenos e a influência deles sobre o território brasileiro.
A Antártica é o principal regulador térmico do planeta, pois controla as circulações atmosféricas e oceânicas e detém 90% do gelo e 70% da água doce, influenciando o clima e as condições de vida na Terra.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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