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Capes integra ações de combate ao Aedes com financiamento de pesquisas
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) se junta às ações coordenadas pela Casa Civil da Presidência da República no âmbito do eixo de desenvolvimento tecnológico, educação e pesquisa do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes Aegypti e à Microcefalia, lançado pela presidenta, Dilma Rousseff, na manhã desta quarta-feira, 23, no Palácio do Planalto em Brasília.
No total, serão investidos cerca de R$ 650 milhões em pesquisa e desenvolvimento, sendo que 93% serão aplicados até o final de 2018, segundo informou a presidenta. “Os investimentos que estamos anunciando hoje são da maior importância. Teremos ainda R$ 550 milhões em crédito do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento] e da Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], que somados darão um orçamento de quase R$ 1,2 bi. Esses recursos vão atender a vários objetivos simultâneos. Neste momento é estratégico estimular estudos e pesquisa sobre o mosquito”, disse Rousseff.
Capes
Dentro dos recursos previstos para financiamento das ações de enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, a Capes vai aportar R$ 36 milhões para pesquisa por um período de cinco anos. A agência utilizará sua expertise na formação de recursos humanos qualificados para apoiar pesquisadores e fomentar trabalhos científicos na área.
“Esses recursos, somando com os do MCTI, comporão um grande edital de pesquisa de cerca de R$ 50 milhões de reais, que será lançado nas próximas semanas, chamando a colaboração da comunidade científica para responder aos eixos de pesquisa definidos”, informou o presidente da Capes, Carlos Nobre. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aportará R$ 20 milhões para a ação.
“Esta situação é de emergência e existe um enorme desconhecimento científico. Ninguém previu que poderia haver uma epidemia causada pelo mosquito Aedes e que tivesse esta dimensão com o agravo pelas consequências das doenças que, aparentemente, o vírus da zika ocasiona. Então este será um edital muito importante”, disse Nobre. Dos recursos do edital, R$ 25 milhões serão destinados para a formação de recursos humanos, o que possibilitará a formação de até 150 doutores e mestres para o sistema brasileiro de pesquisa, alicerçado principalmente nas universidades. “Em cinco anos nós teremos um grande contingente de pesquisadores fazendo pesquisa inovadora sobre isso. 50% dos recursos previstos vão para o custeio da pesquisa. O objetivo é que dezenas de grupos de pesquisa de todo o Brasil focados no estudo desta área sejam apoiados”, concluiu.
Ações Capes
A primeira ação prevista por parte da Capes é o Apoio Direto a Pesquisadores (ADP), por meio da modalidade fast track. Esta modalidade de apoio financeiro será feita a instituições de ensino e pesquisa de referência nacional e internacional que realizem estudos e pesquisas sobre o combate ao Aedes Aegypti, à infecção pelo Zika Vírus e à microcefalia.
Foram elencados eixos de desenvolvimento tecnológico, educação e pesquisa, cujo financiamento será de responsabilidade da Capes. Entre as linhas de pesquisa estão temas como testes de diagnóstico sorológico e molecular, desenvolvimento de modelos para estudo do Zika, biologia do vírus na infecção humana, estudos epidemiológicos e estrutura de um programa de vigilância de emergências infecciosas.
O desembolso para cada linha de pesquisa será de até R$ 1 milhão de reais, com o primeiro desembolso no valor de R$ 500 mil em 2016. A duração de cada projeto aprovado será de no máximo dois anos.
Novo edital
A segunda ação consiste no edital, que será lançado em breve, para a formação de pessoal de nível superior e apoio à pesquisa científica e tecnológica de interesse público para o combate ao Aedes Aegypti, à infecção pelo Zika Vírus e à microcefalia. Os objetivos específicos e áreas temáticas da iniciativa foram definidos com a participação da comunidade acadêmica, por meio de coordenadores de área da Capes e de Comitês Assessores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
São seis temas definidos para o edital: desenvolvimento de novas tecnologias diagnósticas para arboviroses; desenvolvimento e avaliação de repelentes; metodologias para controle de vetores em seus vários estágios de desenvolvimento; desenvolvimento de imunobiológicos; desenvolvimento de tecnologias sociais e inovação em educação ambiental e sanitária; e desenvolvimento e inovação em gestão de serviços de saúde, de saneamento e políticas públicas.
Os participantes elegíveis são pesquisadores vinculados a programas de pós-graduação de instituições de ensino superior e instituições de pesquisa brasileira, públicas ou privadas, ou empresas de base tecnológica que desenvolvam pesquisa nas áreas de concentração ou linhas de pesquisa definidas pelo edital.
Serão financiadas pela Capes bolsas de estudos e custeio. Os projetos aprovados deverão ter uma duração de até quatro anos, com recursos da ordem de R$ 30 milhões, que totalizarão um valor aportado de R$ 36 milhões.
(CCS/Capes)