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CAPES destina mais de 32 mil bolsas para Ciências da Vida
Para ampliar os investimentos, a CAPES lançou o Programa de Combate às Epidemias, que vai colocar mais 2,6 mil bolsas nesta área.
De cada 10 bolsistas da CAPES que estudam nas instituições de ensino do País, quatro pertencem a programas de pós-graduação stricto sensu do Colégio Ciências da Vida. O investimento da CAPES contribui para a formação de recursos humanos e o desenvolvimento da pesquisa científica na área de saúde, que tem como marco o seu Dia Mundial, celebrado oficialmente, há 70 anos, em 7 de abril.
“A ampliação do apoio a pesquisas na área de saúde é estratégica para País e a CAPES intensificará a oferta de programas induzidos na área”, afirma Benedito Aguiar, presidente da CAPES. Ele destaca a criação, este mês, do Programa de Combate às Epidemias que vai colocar mais 2,6 mil bolsas em Ciências da Vida, com investimento de R$ 200 milhões em projetos que lidam direta ou indiretamente com o estudo da COVID-19.
Atualmente, a CAPES destina 32.487 bolsas de mestrado e doutorado, de um total de 84.786, para estudantes de cursos como Medicina, Enfermagem, Farmácia, Educação Física, Biologia, Medicina Veterinária, Nutrição e Odontologia. É o caso da bióloga Glenda Ramos, do profissional de Educação Física João Arthur Alcântara, e da biomédica Laila Barbosa, que pesquisam – na Universidade do Estado do Amazonas – maneiras de impedir a transmissão da malária e melhorar o atendimento às pessoas que contraíram a doença. Todos eles são bolsistas da CAPES. “Das formas de bloquear a transmissão ao tratamento das pessoas infectadas, estudamos meios preventivos e de cura”, conta Glenda.
Na pós-graduação stricto sensu de Ciência da Vida há 99.863 alunos, o que representa 29% dos 343.901 matriculados. Em busca de respostas a problemas de transtorno de aprendizado do público infantil, o bolsista da CAPES Lucas Araújo de Azevedo, doutor em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e que finaliza seu pós-doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC–RS), estuda o nível de estresse em crianças expostas a situações de risco e, mais especificamente, naquelas com transtornos de aprendizado, como dislexia.
“Esperamos que essas pesquisas que estamos fazendo melhorem o entendimento do problema. Queremos que essas crianças cresçam de maneira adequada. Sabemos que algumas políticas públicas no Brasil estão sendo implementadas em relação a isso, mas acho importante que mais pesquisas possam ser desenvolvidas para encontrarmos o caminho certo”, defende.
Com a sua pesquisa, o bolsista Vinícius de Oliveira Boldrini, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia (IB) da Universidade de Campinas (Unicamp), também contribui para a melhora da qualidade de vida da população. Ele analisa as células que agem contra infecções virais e tumores em pacientes com esclerose múltipla. A importância do seu trabalho lhe rendeu dois prêmios na área de neurologia em 2019. “Estudos que buscam entender como o sistema imunológico funciona são de extrema importância para o desenvolvimento de medicamentos novos e mais eficientes. Estas terapias devem ter um impacto muito positivo no tratamento de diversas doenças em um futuro próximo”.
A bolsa da CAPES possibilitou que a nutricionista Lívia Dourado, formada pela Universidade de Brasília (UnB), com doutorado-sanduíche na McGill University no Canadá, pesquisasse a relação entre o câncer e a alimentação. Ela analisou em cobaias uma dieta padrão, segundo as normas da Organização Mundial de Saúde, e outra com excesso de gordura. “A pesquisa contribui para a conscientização de que se nos alimentarmos melhor, não só por uma questão de perda de peso, podemos melhorar o sistema imunológico e não desenvolver, por exemplo, gordura no fígado. Não estamos falando de um medicamento caríssimo. São coisas simples”, argumenta.
No Colégio Ciências da Vida, há 2.398 cursos e 32.487 estudantes titulados no mestrado ou doutorado em 2019. Da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Heloisa Matos, bióloga e mestre em Ciência da Saúde, pesquisa, por meio de estudos de genes, formas de controlar e tratar as crises causadas pela epilepsia, que atinge cerca de 1% da população mundial, sendo que 30% dos pacientes não respondem ao tratamento por medicamentos. “As intervenções controladas com o uso de fármacos, dieta, exercícios físicos, luz ou estímulos cognitivos, podem promover o alinhamento dos ritmos em diferentes regiões do cérebro de um paciente e isso pode ser utilizado para o tratamento das crises epilépticas”, avalia a bolsista da CAPES, que também soma esforços a outros pesquisadores que procuram garantir uma vida mais saudável para milhares de pessoas.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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