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MULHERES NA EDUCAÇÃO
CAPES defende igualdade de gênero em bancas de concurso
A maior presença feminina em bancas de concurso e de análise de dissertações e teses é necessária para que haja menor disparidade entre gêneros na carreira de professores da educação superior. Esse foi um posicionamento defendido pela CAPES à Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e repercutido nesta segunda-feira, 25 de março, em debate sobre o papel das mulheres no Plano de Transição Ecológica do governo federal, que busca impulsionar o desenvolvimento do País com base na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. O encontro ocorreu na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
Denise Pires de Carvalho, presidente da Fundação, resumiu o cenário da diferença de números de homens e mulheres na academia para ilustrar o ‘efeito tesoura’ ou ‘teto de vidro’, metáforas usadas para explicar as barreiras que a sociedade impõe para a ascensão feminina pessoal e profissionalmente. Enquanto elas são maioria entre estudantes da pós-graduação, bolsistas de pós-doutorado e até entre beneficiários da CAPES no exterior, eles dominam o quadro de professores. As professoras só são maioria em Ciências da Saúde, na parte de cuidado, e em Linguística, Letras e Artes.
“Enquanto não houver igualdade de gênero nas bancas, mais homens serão selecionados para ingressar na carreira docente. Digo isso porque não há motivo algum para que seja do jeito que é. O efeito tesoura é real. O teto de vidro é real”, afirmou Denise. Sobre as áreas envolvidas na transição ecológica – e, especificamente energética, em que o Brasil trabalha para deixar sua matriz menos dependente de combustíveis fósseis –, a presidente da CAPES observou que as mulheres só são minoria em Engenharias e Ciências Exatas e da Terra.
Outro ponto levantado pela gestora é a disparidade existente entre os rendimentos de mulheres e homens. Apesar de o governo federal ter sancionado lei que determina a igualdade salarial entre gêneros para as mesmas funções, esta só existirá de fato quando houver maior presença feminina em cargos de destaque. “Dado o ‘efeito tesoura’, muitas vezes as mulheres nem participam das seleções para os maiores cargos”, disse. Como exemplo disso, Denise citou a quantidade de reitores e de reitoras. Vale observar que a própria presidente da CAPES foi a primeira mulher a ocupar o posto máximo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre 2019 e 2023, um pioneirismo tardio em uma instituição centenária.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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