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Capes avalia funcionamento dos pólos da UAB
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), programa da Capes que promove a formação de professores para a educação básica por meio do ensino a distância, está levantando informações a respeito dos 555 pólos de apoio espalhados no País. O objetivo é produzir um diagnóstico acerca do funcionamento do sistema e garantir a qualidade dos cursos oferecidos. "Precisamos enxergar esses pólos com um olhar muito mais aprofundado, muito além das questões de infra-estrutura, por exemplo", explica o coordenador de Articulação Acadêmica da UAB, Aristeu de Oliveira Júnior.
As informações serão utilizadas para corrigir deficiências e orientar ações como aumento do número de cursos em cada pólo ou ampliação do número de vagas nos cursos existentes. "Se um pólo tem 100 vagas e há uma possibilidade de ir para 200 vagas, precisamos saber se ele realmente suporta essa demanda",completa.
A intenção da Diretoria de Educação a Distância da Capes é formular um diagnóstico preciso da situação do sistema UAB e definir o que é um "pólo ideal". Esse modelo será usado como referência na reestruturação ou criação de unidades. "Conhecendo a real situação de cada pólo, poderemos ajudar aqueles que estão com um sistema mais crítico e ter uma referência para todo o sistema", afirma o coordenador.
Para esse trabalho, foi formada comissão de avaliadores externos, composta por especialistas em educação a distância. "Definimos, em conjunto com esses avaliadores, um formulário padrão com o objetivo de unificar o olhar, para que a avaliação não seja subjetiva", informa Oliveira Júnior, acrescentando a intenção de sistematizar até mesmo o preenchimento do formulário "porque cada um tem um olhar e nós queremos ter critérios para obter uma avaliação objetiva".
No próximo dia 29 de outubro, terá início uma nova fase de visitas. Serão avaliados 126 pólos localizados em municípios com mais os baixos Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões Norte e Nordeste. "Sabemos que esses são os mais problemáticos. A infra-estrutura, geralmente, é mais precária", afirma o coordenador.
Parceria com municípios
A estratégia será buscar, junto aos municípios, uma forma de melhorar os pólos deficitários, pois o Sistema funciona em regime de parceria. "Já que o município propôs o pólo, há uma série de condições para atender, entre elas uma infra-estrutura de qualidade", diz Oliveira Júnior. Se não forem atendidas as condições necessárias, a UAB pode deixar de oferecer os cursos, pois não estaria garantida a qualidade da formação dos alunos. "O sistema busca ofertar um curso de qualidade, mas para isso é necessário que o pólo ofereça também uma infra-estrutura de qualidade", comenta.
Já foram avaliadas 53 unidades e os relatórios estão sendo preparados. A previsão é de que as visitas da segunda fase sejam realizadas até o final de novembro. A avaliação dos pólos será contínua. Os avaliadores realizam as visitas em regiões e áreas de conhecimento diferentes das suas. O objetivo é obter um outro olhar sobre a realidade, já que os profissionais de cada área já têm seus encontros e laboratórios periódicos.
Novos pólos
O resultado das avaliações não irá interferir na abertura de novos pólos da UAB, que é definida por meio do PAR. Os municípios fazem um levantamento da demanda existente e repassam à secretaria de educação de cada estado. O órgão realiza então análise da possibilidade de atendimento a essa demanda por meio do ensino presencial. "Não sendo possível, entra o ensino a distância. E aí entra o sistema UAB", explica Oliveira Júnior. Em cada município, se não houver um pólo da UAB próximo e não for possível o atendimento presencial, considera-se a região com potencial para estruturar um novo pólo da UAB. A partir daí, é feito um estudo aprofundado, analisando as características geográficas, os municípios envolvidos e a demanda que vai ser atendida, entre outros aspectos, para definir sobre a abertura da nova unidade.
PAR
O Plano de Ações Articuladas (PAR) que representa um conjunto de ações do município para a melhoria da educação. O sucesso da implantação deste plano não está somente na mobilização e na vontade política, mas também nos mecanismos e instrumentos de acompanhamento e avaliação das diversas ações a serem desenvolvidas, com o objetivo de viabilizar apoio financeiro para a educação básica, aí inserida a melhoria dos pólos.