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CAPES adota identificador digital para inscrição em programas internacionais
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) solicitará, dos candidatos a bolsas e financiamentos de seus programas internacionais, um código de cadastro na ORCID (Open Research and Contributors Identification, ou Identificação Aberta de Pesquisa e Colaboradores).
Gratuito, o número ORCID é um “nome” digital permanente para identificação de pesquisadores. O código tem 16 dígitos e é único para cada pessoa. Essa característica impede ambiguidades na identificação de autores e colaboradores em publicações ou em instituições. Seu funcionamento é semelhante ao Digital Object Identifier (DOI), código para objetos como artigos científicos, teses e dissertações.
A adoção do código é uma tendência mundial das organizações ligadas a pesquisa. Em 2015, um grupo de grandes editoras científicas passou a exigir o código no processo de submissão de artigos científicos. Isso é possível porque o identificador pode ser utilizado para inscrição em processos seletivos e submissão de trabalhos em periódicos acadêmicos em diversas plataformas.
Quem se inscreve na ORCID, além de receber o código, conta com um espaço para construir um perfil de sua produção e sua trajetória profissional, semelhante a um currículo.
Com a adoção do identificador, a CAPES pretende aperfeiçoar requisitos de seleção e a avaliação de resultados dos programas.
“Queremos acompanhar a evolução acadêmica daqueles que recebem apoio financeiro. Por meio do identificador ORCID, conseguimos relacionar pesquisadores a seus trabalhos de modo confiável, de maneira a ter uma ideia mais precisa da eficácia de nossas ações”, explica a diretora de Relações Internacionais da Capes, Concepta Mcmanus.
No entanto, a inscrição no ORCID não vai substituir o Currículo Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que também é exigido nas candidaturas aos programas internacionais da CAPES.
Experiências
Para a bibliotecária Suely Soares, secretária geral da Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec), instituições e periódicos estão corretos ao demandar dos pesquisadores cadastro no ORCID. “Fiz meu cadastro porque entendi que o ORCID era tudo que um pesquisador precisava para resolver o problema da dispersão de suas citações causado pela diversidade de grafias de seu nome. Eu mesma já fui indexada de forma incorreta tanto na Scielo quanto na Web of Science”, afirma Suely.
Registrado no ORCID desde 2012, o professor Carlos Grohmann concorda que periódicos e instituições solicitem o identificador. “O ORCID tem o potencial de ser o currículo online de todos os pesquisadores, e isso faz muita falta lá fora. Quando organizei uma sessão em evento nos EUA, foi complicado encontrar pesquisadores para palestras porque eu não encontrava os currículos das pessoas. No Brasil, com o Currículo Lattes, não haveria dificuldades; mas, no exterior, esse levantamento era quase impossível até a chegada do ORCID. Algumas pessoas têm ótimos currículos em suas páginas pessoais e outras não têm nada”, acrescentou Grohmann.
ORCID
Organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, a Open Research and Contributors Identification (ORCID) foi criada em 2010 por organizações envolvidas em pesquisa, como universidades, laboratórios, empresas e editoras científicas, com o objetivo de criar um identificador permanente que torne possível relacionar de maneira confiável pesquisadores a suas contribuições e afiliações institucionais.
Em outubro de 2012, a ORCID lançou seu identificador, o qual, segundo a própria organização, atualmente contabiliza mais de 3 milhões de registros. No ano de 2016, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi a primeira instituição brasileira a se tornar membro da ORCID, seguida pelas Universidades de São Paulo (USP), e Estadual de Campinas (Unicamp).
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Leia a matéria da Revista Fapesp sobre a ORCID
(Lucas Lopes - Brasília - CCS/CAPES)
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