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Câncer de boca: pesquisadora desenvolve novos métodos de diagnostico precoce
Bacharel em Ciências Biológicas, Paola Fernandes Pansini é mestre em Biotecnologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e doutora em Biotecnologia pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) – Universidade Federal do Espírito Santo. Em sua trajetória acadêmica, ela desenvolveu projetos para aplicação de marcadores moleculares em câncer de cabeça e pescoço, para a detecção precoce da doença. Recentemente, a ex-bolsista da CAPES publicou artigo no Periódico Internacional Head and Neck Pathology , onde fala sobre o carcinoma epidermóide oral, variedade de câncer de boca mais comum em pessoas com mais de 60 anos e do sexo masculino.
Por que estudar o câncer de boca?
O câncer de boca, atualmente, é a sexta patologia mais prevalente na população mundial. Por isso, auxiliar na detecção precoce deste tipo de câncer aumenta a chance de sobrevida do paciente, contribuindo para tratamentos menos invasivos e conferindo maior qualidade de vida para o paciente.
Quais os fatores que contribuem para a doença?
O câncer de boca é uma doença de causa multifatorial. Diversos fatores têm sido fortemente relacionados ao seu desenvolvimento como os hábitos tabagista e etilista adotados pelo indivíduo. O diagnóstico tardio compromete a chance de cura do paciente, levando a tratamentos mais agressivos.
Quais as conclusões das suas pesquisas até o momento?
Na prática clínica, prever se uma lesão pré-câncer irá se tornar um câncer ainda é uma decisão complexa. A utilização desses marcadores pode servir como método auxiliar para facilitar a decisão clínica.
Qual o foco do artigo publicado na
Head and Neck Pathology?
O artigo refere-se ao estudo multicêntrico realizado em colaboração com o laboratório de Patologia Molecular da UFES, liderado pela professora Sandra Ventorim von Zeidler, com equipes de cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital Santa Rita de Cássia, Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (AFECC), Hospital Universitário Antônio Cassiano de Moraes (HUCAM), no Brasil, e a
University of Birmingham
no Reino Unido. Nele foram investigados a aplicação de oito biomarcadores moleculares para aplicação na prática clínica. A proteína survivina destacou-se como promissora para a detecção precoce do câncer, auxiliando na identificação de lesões que possuem elevado risco de progressão para o câncer de boca. Portanto, trata-se de um estudo que visou compreender a expressão diferencial destas diferentes proteínas e a correlação com o desenvolvimento tumoral.
O que as pessoas devem fazer para ter maior chance de cura?
Devem fazer acompanhamento regular nas consultas médicas, principalmente com o cirurgião dentista, e buscar realizar uma consulta com especialista em caso do aparecimento de lesões que não desaparecem em até 15 dias. A autoavaliação é um grande diferencial na identificação de qualquer alteração, devendo sempre recorrer-se a uma ajuda médica em caso de suspeitas.
De que maneira as suas pesquisas contribuem para o avanço no diagnóstico e tratamento?
Elas contribuem para facilitar a identificação inicial das lesões pré-câncer e a determinação de até que ponto devemos acompanhar ou intervir para evitar a progressão para o câncer com base em critérios clínicos, além de promover a detecção precoce do câncer de boca. Os biomarcadores moleculares, as proteínas com expressões diferenciais, surgem como promissoras ferramentas que podem ser usadas pelos médicos como modo adicional aos critérios que já são empregados na rotina clínica.
Qual a contribuição da CAPES para a sua trajetória acadêmica?
A CAPES contribuiu no fomento à pesquisa durante a minha formação acadêmica, como também para toda a equipe de profissionais envolvidos no grupo de pesquisa do Laboratório de Patologia Molecular da UFES. A CAPES também promoveu o acesso ao Portal de Periódicos, com uma vasta base de dados com os principais artigos científicos publicados nacional e internacionalmente, o que, de fato, contribui para os avanços na linha de pesquisa sobre o câncer.
Quais seus planos para o futuro?
Desenvolver a ciência, pesquisa e inovação como instrumentos de transformação da saúde é o que me motiva como pesquisadora e cientista para aplicar a biotecnologia em benefício da saúde da população.
Legenda das imagens:
Banner: Imagem ilustrativa (Foto: iStock/DJ_AOF)
Imagem 1:
Paola Pansini fez Doutorado em Biotecnologia pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO) – Nucleadora Universidade Federal do Espírito Santo
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Pesquisadora descobriu que a proteína survivina destacou-se como promissora para a detecção precoce do câncer
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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