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Brasileiro é reconhecido em instituição de Química na Europa
Com graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em Química pelas Universidades Católica de Brasília (UCB), Federal Fluminense (UFF), de Brasília (UnB) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), respectivamente, Eufrânio Nunes da Silva Júnior, que é professor associado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi nomeado Fellow da Royal Society of Chemistry (RSC) . O título foi concedido pela maior organização europeia dedicada ao avanço das ciências químicas. Agora, ele, que já integrava a RSC desde 2015, passa a fazer parte do grupo de 1.700 fellows do mundo e é o brasileiro mais jovem a integrar a instituição britânica. Eufrânio Júnior foi bolsista da CAPES durante seu mestrado e como professor visitante na Georg-August-Universität Göttingen, na Alemanha, com o apoio da Fundação Alexander von Humboldt.
O que representa ser um integrante (
Fellow)
da RSC?
A
Royal Society of Chemistry
(RSC) é uma das principais organizações mundiais dedicadas ao avanço das ciências químicas. Com sede no Reino Unido e escritórios em vários países, incluindo os Estados Unidos, China, Alemanha, Índia e Japão, a RSC tem mais de 54 mil membros em 125 países, incluindo químicos de todas as disciplinas, estudantes, professores e outros profissionais da área. A organização promove a pesquisa e a educação em química, além de fornecer recursos e suporte para seus membros. O título de
Fellow
da RSC é concedido aos que tenham feito contribuições notáveis para o avanço da química. As nomeações anuais são limitadas a um grupo selecionado de pesquisadores. Dos quase 1700
Fellows
em todo o mundo, cerca de 5% receberam o Prêmio Nobel. A nomeação como
Fellow
da RSC é uma honraria importante e representa o reconhecimento da excelência acadêmica e profissional do pesquisador. É uma oportunidade de se conectar e colaborar com outros líderes da comunidade química global, bem como contribuir para os esforços para promover e avançar a ciência química em todo o mundo.
Há participação de outros brasileiros?
Sim. Dentre os brasileiros nomeados
Fellow
da RSC podemos citar Fernando Galembeck e Aldo J. G. Zarbin, ex-presidentes da Sociedade Brasileira de Química.
Fale do trabalho e das pesquisas que desenvolveu que considera relevantes para o avanço da química.
Nos últimos anos, estive envolvido diretamente na gestão científica, tecnológica e acadêmica de diversos projetos de pesquisa. Liderei projetos nacionais e internacionais, projetos multidisciplinares em rede e em colaboração científica com universidades e institutos de pesquisa no Brasil e no exterior. Coordeno projetos de pesquisa que geraram patentes nacionais e internacionais e permitiram realizar atividades em colaboração com vários países na Europa, América, Ásia e África. A cooperação científica é parte fundamental dos projetos realizados no Laboratório de Química Sintética e Heterocíclica da UFMG, onde desenvolvi projetos multidisciplinares envolvendo síntese orgânica, biologia molecular, físico-química orgânica, dentre outros temas. Integro também um grupo de professores que difunde a ciência na comunidade em geral. Desenvolvo vários métodos sintéticos para a preparação de compostos quinoidais e heterocíclicos visando a construção de arcabouços estruturais complexos e inacessíveis por métodos sintéticos clássicos de síntese orgânica, criando novas maneiras de produzir compostos químicos complicados, mas importantes para muitas áreas da ciência, como a medicina e a biologia. Uso métodos sintéticos envolvendo nanocatálise, organocatálise, eletrocálise e ativação de ligação CH catalisada por metais de transição para preparar moléculas versáteis e inteligentes com ampla gama de aplicações, como na criação de corantes fluorescentes que podem ser usados para ver dentro das células e entender melhor como elas funcionam. Também podem ser usados como potenciais candidatos a fármacos para combater doenças, como o câncer e a doença de Chagas.
Qual a importância do auxílio da CAPES para a sua formação?
Minha carreira científica na pós-graduação iniciada em 2005 na Universidade Federal Fluminense (UFF) foi apoiada pela CAPES e a bolsa foi fundamental para minha permanência na universidade. Mais tarde, já como professor universitário, fui premiado com a aprovação de projeto de pesquisa para me dedicar como Professor Visitante (Pesquisador Experiente) na Universität Göttingen, também com financiamento da CAPES e da Fundação Alemã Alexander von Humboldt. A CAPES também exerce uma fundamental contribuição para os estudantes do meu grupo de pesquisa. Dois projetos coordenados por mim foram aprovados no âmbito do Programa CAPES/PROBRAL e nove estudantes foram financiados pela CAPES para realizar parte de seus estudos na Alemanha. Hoje a CAPES continua contribuindo na formação de novos cientistas e estudantes que passaram pelo meu grupo de pesquisa. Estes estudantes, fomentados pela CAPES, são profissionais na indústria, em centros de pesquisa, escolas e universidades.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1:
Eufrânio Júnior integra grupo que difunde a ciência na comunidade em geral
(
Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Ex-bolsista da CAPES no mestrado e como professor visitante, Eufrânio Júnior é nomeado fellow da Royal Society of Chemistry
(
Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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