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Brasil e Suécia realizam workshop na Capes para debater desafios das mudanças climáticas
Teve início nesta segunda-feira, 7, o Workshop Bilateral Brasil-Suécia sobre os Desafios das Mudanças Climáticas - Adaptação e Iniciativas Estratégicas . O objetivo do encontro é facilitar a criação de laços entre pesquisadores do Brasil e da Suécia e criar novas ligações transversais entre as diferentes disciplinas científicas no que diz respeito às alterações e adaptações climáticas. O evento acontece em Brasília, na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O workshop bilateral surgiu de diálogos entre o Ministério da Educação brasileiro e sueco para estimular a cooperação entre pesquisadores dos dois países. A Capes foi designada como o parceiro brasileiro para a realização desta cooperação. No lado sueco, o
Swedish Research Council
assumiu a liderança no desenvolvimento da oficina junto com o
Swedish Research Council for Environment, Agricultural Sciences and Spatial Planning
(Formas).
O presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, destacou a importância de receber um evento sobre o tema. "É um prazer grande para Capes ser a casa onde discutiremos esse assunto de extrema relevância, que afeta a todos os habitantes desse planeta", ressaltou.
Responsável por apresentar uma visão geral das atividades da coordenação, assim como o panorama atual da produção científica brasileira, Guimarães enfatizou o desejo de que o workshop gere programas de cooperação internacional entre pesquisadores brasileiros e suecos. "Certamente sairemos com um plano de trabalho para cooperação mútua entre os pesquisadores". O presidente citou então como exemplo o programa Bragecrim , cooperação com a Alemanha na área de tecnologia de manufatura. "Algo semelhante pode surgir ao final desse workshop", concluiu.
Nesse sentido, a ministra conselheira da Embaixada da Suécia, Pernilla Josefsson Lazo, também acredita que o workshop deve gerar parcerias futuras. "Trata-se de um dos mais importantes tópicos da nossa época: mudanças climáticas. Estamos agradecidos pelos esforços de ambos os lados para tornar esse evento realidade. Tenho certeza que o workshop mostrará novas possibilidades de cooperação e teremos um modelo que poderá ser utilizado em outras áreas", destacou a representante da Embaixada, que disse conhecer bem a Capes por meio do trabalho com o programa Ciência sem Fronteiras.
Diferenças
A representante do
Swedish Research Council
, professora Kerstin Sahlin, também revelou expectativas altas com os desdobramentos do encontro. "Na preparação para este workshop vimos que temos muitos interesses em comum que deverão trazer muitos resultados. Queremos discussões abertas e abrangentes".
Para a professora, a possibilidade de cooperação científica entre Brasil e Suécia é bastante significativa. "Somos países diferentes, mas podemos aprender muito com as diferenças, se elas forem de estrutura e não de visão. A quantidade de pesquisadores suecos presentes aqui mostra o interesse de colaboração sobre o tema.", afirmou. Sahlin apresentou o sistema de pesquisas, financiamento a ciência universidades da Suécia, um dos mais antigos da Europa.
O representante do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, também acredita que as diferenças podem gerar material de aprendizado para os dois países. "Temos aqui a oportunidade de colocar em contato cientistas brasileiros e suecos que trabalham nessa área com muitos contrastes. Os ambientes físicos e humanos dos dois países são bastante distintos, por isso é importante essa visão de contrastes, já que ecossistemas árticos e tropicais estão igualmente ameaçados. Sempre aprendemos muito comparando situações extremas", enfatizou.
Nobre lembrou que MCTI tem liderado as pesquisas sobre mudanças climáticas no país, estabelecendo uma rede sobre o tema, Rede Clima , que congrega mais de 400 pesquisadores, produzido muitos resultados. "Investimos muito em sistemas de observação e modelagem o que fez com que o Brasil seja hoje um dos poucos países do mundo que gera cenários globais da transformação climática", explicou.
De acordo com Carlos Nobre, o Brasil mostra com essa política que é possível o desenvolvimento sustentável. "Somos o país que mais reduziu emissões de carbono no mundo e a meta é chegar em 2020 com 15% menos emissão que 2005. Ainda temos que avançar muito, mas esse avanço começa na ciência. Tenho certeza que sairemos desse encontro com um plano de cooperação científica", concluiu.
O Workshop Bilateral Brasil-Suécia sobre os Desafios das Mudanças Climáticas segue até o dia 9 de abril.
( Pedro Arcanjo )