Notícias
Brasil e Suécia pretendem intensificar cooperação científica entre os dois países
O Seminário de Excelência Brasil-Suécia encerrou as atividades na tarde desta quarta-feira, 18, com uma cerimônia de balanço do evento. O encontro reuniu cerca de 200 pesquisadores suecos e brasileiros, agências de fomento e representantes do governo, juntamente com gestores das universidades para discutir temas relacionados com a investigação, a internacionalização e colaboração relevantes para a Suécia e o Brasil.
O Seminário foi organizado pelo Swedish Academic Collaboration Forum (SACF), em colaboração com a Capes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Entre os temas debatidos nos dois dias de evento estiveram educação inclusiva, nanotecnologia e desenvolvimento sustentável.
O reitor da Universidade Técnica Chalmers, Stefan Bengtsson, falou ao final do evento. O pesquisador da instituição de Gotemburgo destacou que o grupo de representantes suecos e brasileiros presentes no evento tem a responsabilidade de fortalecer e alargar os acordos estabelecidos até então.
“Foram dois dias bem sucedidos, agora é hora de olhar para os próximos passos. Já temos fortes colaborações e um crescente número de alunos intercambistas. Estas ações devem ser aprofundadas tendo em mente que os desafios complexos do mundo contemporâneo exigem abordagens multidisciplinares”, afirmou.
Stefan lembrou que um dos objetivos do SACF, formado por seis universidades suecas líderes de pesquisa, é preparar estudantes a estarem competitivos em um mundo cada vez mais globalizado. "Por isso a necessidade de as parcerias estabelecidas internacionalmente serem de longo termo. Assim, o sentimento desse seminário deve ser levado de volta para o nosso trabalho em casa”, definiu.
As universidades que formam o SACF se uniram para realizar seminários sobre educação superior em um grupo selecionado de países. Entre 2014 e 2016, foram realizados seminários na China, Indonésia, Singapura e República da Coreia, com uma reunião final, realizada em Estocolmo, na Suécia.
“Esse é o último fórum que realizamos fora da Suécia e também foi o maior de todos os encontros, por parte da comissão sueca, mas também da brasileira. Essa intensidade na participação deve ser honrada com a nossa responsabilidade de continuar o que foi realizado”, concluiu.
O encerramento do seminário ficou por conta do presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich. O professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresentou a história e desafios da ciência brasileira. “No ano que a ABC completa 100 anos é importante lembrarmos como somos um país jovem, que começou a pensar educação superior e ciência muito tarde e por isso é preciso ter pressa”, afirmou.
Entre os destaques da história da ciência brasileira, Davidovitch lembrou os avanços da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), do desenvolvimento de tecnologia de plataformas petroleiras.
O professor também recordou a Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia ( 4ª CNCTI ), que definiu metas para a política científica no Brasil até 2020. “O documento gerado pela conferência ainda está no nosso horizonte. Entre os principais desafios para a ciência brasileira os próximos anos, aponto que devemos nos voltar para a floresta amazônica, com o desenvolvimento sustentável, para o conhecimento da Amazônia Azul, nossos mares ainda pouco explorados, e para o espaço: queremos ter nossos foguetes e satélites”, concluiu.
Além do encontro na Capes, haverá também oficinas e seminários complementares em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, Belém e São Paulo. Saiba mais sobre o encontro .
( Pedro Arcanjo )