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Bolsistas produzem substâncias usando glicerina de biodiesel
Uma pesquisa desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com a participação de bolsistas da CAPES pode alavancar os ganhos do Brasil com a produção de biocombustíveis. Concluído em 2018, o estudo testou diversas formas de se aproveitar a glicerina gerada de forma residual durante a produção de biodiesel, convertendo-a em compostos de alto valor agregado que podem ser usados pela indústria.
Durante o trabalho, conduzido pela divisão de Agroenergia da Embrapa por cerca de três anos, os pesquisadores usaram diferentes microrganismos, como fungos e bactérias, para sintetizar novas substâncias a partir da glicerina pura – processo conhecido como bioconversão. Com isso, foi possível produzir compostos com uso em diferentes setores da indústria, como ácidos orgânicos, polióis, dióis e cetonas.
“Por exemplo: os fungos do gênero Aspergillus conseguiram sintetizar ácido kójico, assim como bactérias do gênero Klebsiella conseguiram produzir 2,3-Butanediol e acetoína. Esses três compostos podem ser utilizados na indústria química e também na farmacêutica”, explica Jamille Lima, que é mestre e doutora em tecnologia de processos químicos e bioquímicos, e participou do projeto como bolsista do edital CAPES-Embrapa.
De acordo com os pesquisadores, os compostos de alto valor agregado produzidos podem gerar um lucro que varia entre dez e 100 vezes o valor obtido com a comercialização da glicerina bruta, muitas vezes utilizada nas próprias usinas de biodiesel para gerar energia.
Agora, a Embrapa busca parcerias na iniciativa privada para sintetizar os compostos em escala-piloto. “A ideia é levar o projeto para escalas maiores. Sair da bancada do laboratório e ir para a indústria”, destaca Diana Rêgo, que também foi bolsista do edital CAPES-Embrapa durante o estudo. “A CAPES está formando pessoas que vão ter a capacidade de dar um retorno, principalmente na área biotecnológica, para a sociedade” completa a pesquisadora, que tem mestrado em ciências ambientais e doutorado em ciências.
*Com informações da Embrapa
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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