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SUSTENTABILIDADE
Bolsistas mantêm pesquisas sobre a Mata Atlântica
Diversos estudantes financiados pela CAPES mantêm pesquisas destinadas a ajudar na preservação da Mata Atlântica. Largamente desmatado ao longo de séculos, o bioma é um dos principais do Brasil e é alvo de estudos sobre suas reservas, animais que nele vivem e a relação com espaços em que o Cerrado é predominante. Esses são os temas dos trabalhos de mestrado e doutorado de três bolsistas, que ficam em evidência nesta segunda-feira, 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica.
Cínthia Mara, mestranda na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), em São Paulo, analisa a percepção socioambiental de moradores da região e outras partes interessadas na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Botujuru – Serra do Itapety. A unidade fica em Mogi das Cruzes, município situado na região da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, que integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Essas reservas são tentativas de conter a expansão de áreas urbanas próximas a uma das maiores cidades do mundo, com mais de 12 milhões de habitantes. A pesquisa, portanto, se propõe a lutar pela sustentabilidade e pela mitigação de mudanças climáticas. “O Cinturão Verde desempenha um papel crucial na mitigação dos impactos ambientais associados à expansão urbana, oferecendo uma série de benefícios que reverberam além das fronteiras geográficas”, explica a pesquisadora.
Thamyres Sabrina é doutora em Produção Vegetal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais. A pesquisadora quer entender como se originam fragmentos de florestas pertencentes ao domínio da Mata Atlântica em meio ao predomínio do Cerrado. Seu intuito, explica, é estudar fragmentos de carvão microscópicos que podem ser encontrados em solos orgânicos de ambientes de turfeiras, conhecidas popularmente como ‘capões de mata’ na região da Serra do Espinhaço Meridional, em Minas Gerais.
“A ideia fundamental é que esses carvões ajudem na reconstituição da paisagem no contexto do período Quaternário, que vai de 2,6 milhões de anos atrás até hoje”, afirma Thamyres. “Nossa sociedade precisa compreender o passado para se planejar melhor em um planeta de recursos naturais cada vez mais escassos, sobre os quais exercemos pressões que sequer temos condições de saber quão drásticas são. Uma sociedade sem história é fadada ao fracasso, e recontar a história das paisagens é contribuir para saber melhor quem somos”, acrescenta.
Enquanto Cínthia e Thamyres se dedicam principalmente à flora da Mata Atlântica, Bruno Henrique de Castro Evaldt analisa a fauna. Mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o pesquisador analisou o impacto das mudanças climáticas sobre pequenos mamíferos, roedores e marsupiais, nos biomas Mata Atlântica e Cerrado.
Bruno Henrique alerta para o fato de tanto a Mata Atlântica quanto o Cerrado serem biomas bastante degradados e afetados pela atividade humana. “Os resultados do nosso estudo apontam para um cenário preocupante: a redução de habitats para as espécies de roedores e marsupiais nos biomas da Mata Atlântica e do Cerrado é uma tendência que se acentuará no futuro”, conta.
Sobre a data
Em 21 de setembro de 1999, o governo federal instituiu o Dia Nacional da Mata Atlântica por decreto. A escolha por 27 de maio faz referência à Carta de São Vicente, escrita em 1560 pelo padre José de Anchieta, que descreve a paisagem encontrada, com toda sua biodiversidade e os indígenas que nela residiam.
A entrada da data no calendário oficial ocorre num contexto de conscientização da população para a necessidade de se preservar o bioma, que ocupa 15% do território do País, percorre 17 estados e é onde mais de 70% dos brasileiros mora. Segundo dados da organização não-governamental SOS Mata Atlântica, restam hoje 24% da floresta existente à época em que a carta foi escrita. Deste percentual, apenas 12,4% é composto por florestas maduras e bem preservadas.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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