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SAÚDE
Bolsistas CAPES desenvolvem vacina contra cocaína
Uma vacina capaz de impedir os efeitos da cocaína no cérebro. A pesquisa, realizada por um grupo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), obteve resultados positivos ao barrar a entrada das moléculas da droga no sistema nervoso central, evitando os sintomas causados pelo seu efeito. Na equipe multidisciplinar, há duas bolsistas CAPES graduadas em Biomedicina. Juliana Sad é mestranda e Raíssa Lima doutoranda em Medicina Molecular na mesma instituição. Cada uma trabalha em uma parte do projeto.
Raíssa Lima em sua pesquisa no doutorado, estuda a padronização de um teste imunológico que pode detectar se a vacina funcionou ou não. Ela analisou quais anticorpos foram formados pela molécula e a força com que eles se ligam à cocaína, para barrar sua entrada no sistema nervoso central. Um dos pontos altos, para a pesquisadora, é que, quando for aprovada, terá papel fundamental no combate às recaídas de usuários em tratamento. “É como se a pessoa perdesse o interesse, não se sentisse mais prazer no uso da droga”, explica.
Sua colega de equipe, Juliana Sad, estuda a segurança da vacina em gestantes. O efeito sentido pela mãe chega aos bebês, causando problemas como má formação congênita e irritabilidade, entre outros. “A ideia seria a mãe produzir os anticorpos e, pela imunização passiva, conseguisse proteger o bebê. Os efeitos seriam bloqueados”, esclarece. Nos teste pré-clínicos a vacina mostrou-se segura e eficaz.
O grupo finalizou a etapa pré-clínica com resultados promissores. Agora a vacina concorre a €500 mil pelo Prêmio Euro Inovação na Saúde, que reconhece grandes inovações e incentiva o desenvolvimento de soluções na área médica. Para começar a ser distribuída à população, entretanto, ainda é necessário realizar estudos clínicos com humanos. Como essa parte é cara “ganhar esse prêmio seria a possibilidade de fazer a próxima fase”, revela Raíssa.
As duas cientistas são bolsistas da Fundação e afirmam que isso possibilitou tempo exclusivo para que suas pesquisas chegassem ao ponto em que estão. “Seria muito mais difícil”, afirma Raíssa, que também foi bolsista no mestrado. “Não adianta só amar as pesquisas, é preciso incentivo financeiro também, como esse da CAPES”, pontuou Juliana.
Legendas das imagens:
Imagem 1: Raíssa Lima segura frasco com a vacina Calixcoca, em desenvolvimento na UFMG (Foto: Laboratório do núcleo de saúde em vulnerabilidade e saúde - NAVES)
Imagem 2: Raíssa Lima (E) e Juliana Sad (D) compõem a equipe multidisciplinar da UFMG que desenvolve o imunizante contra cocaína (Foto: Juliana Sad)
Banner e Imagem 3: Juliana Sad estuda a segurança da vacina Calixcoca em gestantes (Foto: reportagem da Rede Record)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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