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Bolsista recebe prêmio de melhor apresentação em congresso na Tailândia
Em dezembro de 2016, a bolsista de pós-doutorado da Capes Larissa Conceição Gomes Oliveira teve a oportunidade de apresentar sua pesquisa no Congresso Internacional de Física Médica ( International Conference on Medical Physics 2016 ), que aconteceu em Bangkok, na Tailândia. Na ocasião, seu trabalho apresentado, “Radiation Dose for Patients Undergoing Diagnostic CT: Follow-up Breast Cancer – Part I” , recebeu o Prêmio de Melhor Apresentação “Best Presentation Gold Award of IOMP - International Organization for Medical Physics” .
Larissa era a única estudante bolsista brasileira no evento, que aconteceu de 9 a 12 de dezembro. “No Congresso, tive o privilégio de conhecer importantes e influentes físicos médicos de diferentes países, trocar experiências com os estudantes da Tailândia, assim como aprimorar meus conhecimentos sobre os avanços tecnológicos na área”, disse a bolsista sobre sua participação.
Estudo
A pesquisadora desenvolve seu pós-doutorado no Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) no Rio de Janeiro, sob a orientação de Simone Kodlulovich Renha e colaboração de
Lawrence Dauer do Memorial Sloan Kettering Cancer Center
, de Nova Iorque (MSKCC).
O tema principal da pesquisa é a Avaliação da Dose Absorvida na Mama em exames de Tomografia Computadorizada para o Diagnóstico e Tratamento Radioterápico. “Desenvolver este trabalho em conjunto com o Instituto Oncológico de Referência no Rio de Janeiro está sendo uma tarefa desafiadora e de suma importância, já que o câncer de mama representa a segunda neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres brasileiras, sendo a primeira causa de óbito desta população”, revela a bolsista.
Segundo Larissa, a maioria dos tumores de mama ainda são diagnosticados em estádios avançados – aproximadamente 45% dos casos – o que contribui significativamente para a elevação da taxa de mortalidade por câncer de mama no país. “O diagnóstico em estadiamentos mais avançados e o difícil acesso aos serviços de saúde pública são os principais motivos para tratamentos mais radicais e muitas vezes ineficientes.”
A bolsista conta ainda que a Tomografia Computadorizada (TC) não é rotineiramente utilizada como ferramenta de diagnóstico para o rastreio do câncer de mama. “Entretanto, pode ser útil para identificar o aumento de lesões próximas a parede torácica, avaliar o tórax, fígado e metástases ósseas e pélvicas, assim como acompanhamento pós-tratamento oncológico. Como resultado, para verificar possíveis reincidências do câncer, uma mesma paciente poderá ser submetida a exames de TC de tórax várias vezes durante suas vidas. O aumento da frequência de exames de tomografia computadorizada, nem sempre justificado e otimizado é objeto de grande preocupação. Aproximadamente 40% das TC realizadas são desnecessárias. Mesmo que as doses individuais de cada exame sejam pequenas, quando multiplicados pelo número crescente de exames realizados, o balanço entre benefícios e riscos aponta para um potencial risco futuro na saúde dessa população exposta indevidamente. Sendo assim, um dos grandes desafios dessa pesquisa é estimar da dose total de radiação (dose efetiva e dose em órgãos) recebida pela paciente feminina a partir do momento que ela é diagnosticada pela primeira vez com câncer de mama e após os 5 anos de acompanhamento médico.”
Larissa conclui dizendo que a pesquisa trará benefícios para o paciente e maior responsabilidade e conscientização da equipe médica em prescrever uma Tomografia Computadorizada sem justificativa médica, assim como instruir as ações corretivas necessárias, possibilitando reduzir ao mínimo a realização de exames desnecessários e diminuir a variabilidade das doses empregadas por meio de Programas de Controle e Garantia da Qualidade dos exames.
(Natália Morato)