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Bolsista investiga competências adaptativas das equipes de desenvolvimento de software
José Jorge Lima Dias Júnior é graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e mestre em Engenharia de Software pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Concluiu o doutorado em Administração pela UFPB e realizou parte dos estudos em Portugal como bolsista da CAPES no Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE). Durante as investigações, ele focou na competência profissional das equipes de desenvolvimento de software. Recentemente, recebeu o Prêmio Nacional de Inovação em Gestão Universitária 2024, pelo projeto “Ecossistema de Gestão da Graduação (Ecograd)”, que oferece um sistema analítico para as universidades federais do país.
Sobre o que é a sua pesquisa?
Defendo a tese de que uma das competências mais essenciais nesse ambiente é a adaptabilidade — a capacidade do profissional de se ajustar às diversas circunstâncias de um ambiente de desenvolvimento de software, que é caracterizado pela complexidade, conhecimento intensivo, instabilidade e mudanças rápidas. Além disso, destaco a importância de o profissional ser capaz de mobilizar recursos e conhecimentos para que a equipe, de forma coletiva, também se adapte de maneira eficaz. Esses recursos incluem liderança, controle emocional, resiliência e aprendizagem. Em resumo, minha tese contribui para o entendimento sobre o funcionamento de equipes de alto desempenho, como as de desenvolvimento de software.
O que vale destacar de mais relevante na sua pesquisa?
A preocupação das organizações em manter profissionais de TI capacitados é constante. Na área de tecnologia, há uma discussão crescente sobre a importância das habilidades interpessoais e emocionais na formação desses profissionais. Minha tese contribui justamente nesse aspecto, ao ir além das competências técnicas e focar na melhoria da gestão de equipes. A pesquisa oferece uma compreensão detalhada de como ocorre a mobilização e o desenvolvimento de competências dos profissionais, com base na teoria da adaptabilidade, o que possibilita um melhor gerenciamento dos recursos disponíveis e aprimora o desempenho das equipes. Um dos resultados da tese é a criação de uma escala psicométrica, capaz de medir quantitativamente os níveis de competências adaptativas. Essa ferramenta pode ser aplicada em diferentes contextos, como recrutamento, seleção e avaliação de desempenho de profissionais nas empresas.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Atualmente, enfrentamos uma escassez de mão de obra qualificada na área de tecnologia, resultado da alta demanda do mercado. Minha tese de doutorado contribui para a sociedade ao abordar a formação de profissionais mais competentes nesse setor, promovendo uma educação mais qualificada. Isso prepara os profissionais para se adaptarem a ambientes instáveis e de rápidas transformações, características do contexto das organizações de tecnologia. Um dos principais desdobramentos da pesquisa está relacionado ao desenvolvimento de competências, tanto na educação formal quanto na não formal. O conhecimento gerado permite que gestores de treinamentos e cursos em instituições de ensino superior reflitam sobre o processo de formação dos alunos, incentivando o desenvolvimento de habilidades que vão além das técnicas essenciais para a atuação eficaz nesse cenário dinâmico. Inclusive, venho utilizando os elementos da minha tese em minhas disciplinas para desenvolver essas competências nos estudantes.
Você recebeu um prêmio nacional de inovação. Do que se trata?
Recebemos o Prêmio Nacional de Inovação em Gestão Universitária 2024, concedido pelo Instituto de Pesquisas e Estudos em Administração Universitária (INPEAU) da UFSC, em reconhecimento ao resultado de um projeto que sou coordenador desde 2020, financiado pela Andifes. Nesse projeto, nosso grupo (Laboratório de Gestão & Inteligência de Dados – LAGID) desenvolveu o Ecograd (ecograd.ufpb.br), um sistema analítico voltado para todas as universidades federais do país. O Ecograd oferece acesso a diversos indicadores da educação superior, como permanência, diplomação, evasão e qualidade, entre outros. Isso possibilita que as universidades tomem decisões mais informadas e definam políticas institucionais, estratégias e ações com base em evidências.
De que forma a CAPES contribuiu para a sua formação?
Por meio do Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE), tive condições de passar um tempo na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, o que fortaleceu minha formação interdisciplinar. Sob uma perspectiva instrumental, aprofundei meus conhecimentos em pesquisa, especialmente em psicometria, uma área central na psicologia. Tive o privilégio de colaborar com dois professores de referência no comportamento de equipes, tema central da minha pesquisa. Sob uma perspectiva mais ampla, essa experiência foi enriquecida pela imersão em uma nova cultura, o que expandiu minha visão de mundo e contribuiu significativamente para meu desenvolvimento pessoal e profissional. Essa vivência impactou positivamente a qualidade da minha formação doutoral e os resultados da minha tese. Como reconhecimento, recebi dois prêmios de melhor tese de doutorado: um em 2019 no Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação e o outro de melhor tese de doutorado da UFPB em 2018.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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